Manifestações simultâneas pedem liberdade para líderes independentistas catalães

Noite na Catalunha foi de vigília à luz de velas para clamar pela liberdade dos presidentes da ANC, Jordi Sànchez, e da Òmniun, Jordi Cuixart, acusados de sedição pelo governo espanhol. Manifestação mais massiva reuniu 200 mil pessoas em Barcelona, onde houve cinco minutos de silêncio

Mais de 200 mil pessoas acenderam velas e fizeram cinco minutos de silêncio em repúdio à prisão de Jordi Sànchez e Jordi Cuixart em ato no centro de Barcelona

Milhares de pessoas se concentraram na noite desta terça-feira em diversas cidades da Catalunha pedindo a soltura dos presidentes Assembleia Nacional Catalã (ANC), Jordi Sànchez, e da Òmnium Cultural, Jordi Cuixart. Os manifestantes acenderam velas para denunciar que os líderes das entidades da sociedade civil são presos políticos do governo espanhol. Os dois foram acusados de sedição por organizarem manifestações em prol do referendo sobre a independência realizado em 1º de outubro.
A manifestação mais massiva ocorreu no Passeio de Gràcia, em Barcelona, congregando mais de 200 mil pessoas segundo a Guarda Urbana. Na concentração foram vistos cartazes com os lemas “Liberdade Jordis, presos políticos do Estado espanhol”, “Help Catalonia”, “Save Europe” ou “República já”. Também foram entoados gritos de “Liberdade”, “Todos somos Jordi” ou “Fora justiça espanhola”.

Visão aérea da manifestação em Barcelona, que reuniu mais de 200 mil pessoas no Passeio de Gràcia

O vice-presidente da ANC, Agustí Alcoberro, e o porta-voz da Òminum Cultural, Marcel Mauri, falaram ao público. Alcoberro assegurou que as entidades têm “um magnífico celeiro, que é o povo da Catalunha”. E por isso resulta “impossível” deter as mobilizações. “Já demonstramos. Não temos medo. Por cada represaliado, cinco vozes mais para defender a liberdade, a democracia e a república”, acrescentou. Mauri disse que “aprisionaram duas vozes de paz, diálogo, e democracia”. Ele denunciou que “nem o franquismo ousou aprisionar nenhum presidente da Òmnium, com 60 anos de existência.
Na sequência, a atriz Sílvia Bel leu um manifesto lamentando que “o estado espanhol tenha cruzado uma linha vermelha da democracia na Europa no século XXI”. “Prender os presidentes de Òmnium Cultural e da ANC por manifestarem-se pacificamente é um grande erro que põe em risco os valores democráticos que pesavamos serem a base da Constituição de 1978”, destacou.

Manifesto lido em Barcelona indica que Cuixart e Sànchez são presos políticos do governo espanhol e que isso vulnera direitos dos cidadãos na Europa

O manifesto considera que as medidas tomadas pel Audiência Nacional são “injustas e ilegais”, reclamando a liberdade “imediata” de Jordi Sànchez e Jordi Cuixart. “Não pedimos clemência. Exigimos justiça”. O documento também faz um apelo à Europa destacando que quando a democracia é “vulnerada” em um país “todo o mundo sofre”, porque tolerando a vulneração dos direitos dos catalães, “perdem todos os cidadãos europeus”. A leitura do manifesto foi seguida de cinco minutos de silêncio.

Em Sabadell, como em outras cidades da Catalunha, manifestantes fizeram vigília à luz de velas

Houve manifestações semelhantes em outras cidades, como Reus, Tarragona, Girona, Lleida, Ripoll, Tortosa, Terrassa e Vic. Todas ocorreram sem registros de incidentes. Foram registradas protestos similares em frente às delegações do governo espanhol no País Valenciano, em Palma, em Bilbao. Em Madri, a concentração similar ocorreu na Praça do Sol, enquanto no Congresso dos Deputados deputados catalães deixaram cartazes reclamando soltura dos Jordis em sinal de protesto.

No Congresso dos Deputados, em Madri, parlamentares catalães deixaram cartazes em seus assentos pedindo liberdade para Sànchez e Cuixart

Também houve atos em frente a embaixadas e consulados da Espanha em Londres e Berlim e em Andorra e Perpinyà. Em Bruxelas, eurodeputados fizeram ato durante a manhã, segurando cartazes com fotos dos dois Jordis com a inscrição “presos políticos” diante do prédio do Conselho Europeu.

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