Catalunha marcha pela liberdade

Milhares de pessoas participam das “Marchas pela Liberdade”, que saíram hoje de cinco municípios catalães em direção a Barcelona contra a condenação de políticos e ativistas independentistas

Colunas de manifestantes seguem pelas principais rodovias da Catalunha em direção a Barcelona

As manifestações em resposta a sentença condenatória dos dirigentes catalães, que juntam somam quase cem anos de prisão, não param. Na manhã desta quarta-feira (16), milhares de pessoas saíram das cidades de Girona, Vic, Berga, Tàrrega e Tarragona na Marcha pela Liberdade, convocada pela Assembleia Nacional Catalã (ANC). As imagens das colunas de gente caminhando pelas principais rodovias do país impressionam, como as publicadas pelo jornalista de El Nacional Joan Serra Carné em sua conta do TWitter. O objetivo é se encontrar na sexta-feira em Barcelona, numa gigantesca manifestação em favor dos ativistas e político presos, além dos exilados e represaliados.

A saída da marcha coincide com o aniversário de dois anos de prisão dos ativistas Jordi Sánchez, ex-presidente da ANC, e Jordi Cuixart, presidente da Òmnium Cultural, ambos condenados a penas de nove anos por sedição. A caminhada pode ser acompanhada através da página Marxes per la llibertat, na qual a ANC explica as motivações para o protesto.

Manifestantes madrugaram para sair no horário previsto, entre as 7h e 9h da manhã

“Diante de uma sentença que criminaliza direitos fundamentais, temos de ser capazes de construir uma resposta de país. Gente muito diversa, de locais diferentes, que se une por objetivos comuns: a liberdade das presas e presos políticos, o rechaço unânime à repressão e a defesa do direito de autodeterminação”, ressalta a ANC.

Além dos Jordis, foram condenados o ex-vice-presidente Oriol Junqueras (13 anos), os ex-secretários Jordi Turull, Raül Romeva e Dolors Bassa (12 anos); os ex-secretários Josep Rull e Joaquim Forn (10 anos e meio) e a ex -presidente do Parlamento, Carme Forcadell (11 anos), uns por crimes de sedição e malversação e outros por sedição. Os ex-secretários Carles Mundó, Meritxell Borràs e Santi Vila foram condenados por desobediência a pagar uma multa de 200 euros por dia durante dez meses e um ano e oito meses de inabilitação.

ROTA – A previsão é de que as cinco coluna levem três dias para chegar a Barcelona. Na saída de algumas cidades, entre as 7h e as 9h da manhã, os participantes foram acompanhados por tratores de agricultores da região que se somaram à manifestação. Num ambiente festivo e reivindicativo, os participantes levavam faixas, cartazes de simboligia diversa. A rota segue pelas principais vias do território, como  del a A2, a N-340, a C-16, a C-17 e a AP7. Na sexta-feira, a ideia é que os participantes se somem às mobilizações da greve geral programada para o dia.

A presidenta da ANC, Elizenda Paluzie, enfatizou a luta não violenta do movimento independentista. Paluzie também recordou que hoje faz dois anos das prisões dos Jordis. “Essa violência de estado já dura dois anos e acabou se materializando em uma condenação de cem anos de prisão por se haver organizado um referendo de autodeterminação”, reclamou.

As Marchas pela Liberdade foram inspiradas em outras de grande transcedência, como a de Washington pelo trabalho e a liberdade de Martin Luther King ou a Marcha de Sal de Gandhi. A meta é “apoderar a cidadania e tecer uma resposta de país massiva e não-violenta que volte a encher as ruas da Catalunha em favor da autodeterminação, da liberdade dos presos e exilados e contra a repressão do estado”, destaca a ANC, que recorda que os que quiserem se incorporar a marcha podem fazer nos pontos de parada programados durante o percurso. 

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