Esquerda vence em grandes cidades e desenha novo mapa político na Espanha

O domingo de eleições municipais e regionais na Espanha foi de redesenho no mapa político do país. Novos partidos e plataformas quebraram a tradicional hegemonia do Partido Popular (PP), do atual primeiro-ministro Mariano Rajoy, e do Partido Socialista Obrero Español (PSOE), abrindo espaço para uma esquerda com novos rostos. O PP perdeu 2,5 milhões de votos em comparação com a eleição de 2011.

Na capital Madri, Esperanza Aguirre, aposta pessoal de Rajoy, ganhou mas não levou. Pois a segunda colocada, Manuela Carmena, de Podemos, poderá pactar com o PSOE, terceiro colocado, e ser declarada prefeita da cidade. Isso porque no sistema parlamentarista, leva quem consegue obter o maior número de cadeiras no parlamento, mesmo que seja somando suas vagas com a de outros partidos que aceitem formar governo conjuntamente. Assim, são interrompidos 24 anos de sucessivos governos do PP.

Podemos é um partido nascido do movimento dos “indignados”, formado por gente que começou a se levantar contra os cortes do governo pós-crise econômica. A sigla, na qual estão abrigados muitos intelectuais remanescentes do meio universitário, tem como líder Pablo Iglesias.

Em Barcelona, capital da Catalunha, a maior votação ficou para Ada Colau, da coalizão Barcelona em Comum, que tem apoio de Podemos. Ela venceu o atual prefeito, Xavier Trias, de Convegência i Unió (CiU), partido de centro-direita ao qual pertence o presidente da Catalunha, Artur Mas.

Ela ficou conhecida por fazer parte da plataforma que no epicentro da crise econômica se colocou em defesa das pessoas despejadas pelos bancos de seus imóveis por não pagarem as hipotecas. Colau tentou, em vão, aprovar uma lei de iniciativa popular que garantisse aos proprietários o encerramento de suas dívidas ao terem os imóveis tomados. Conseguiu as assinaturas necessárias, mas o projeto de lei foi totalmente modificado no Congresso, perdendo a essência.

Na comunidade de Valência, o PP mantinha a hegemonia há 20 anos, mas perdeu a prefeitura comandada por Rita Barberá e o governo autonômico gerido por Alberto Fabra. Ambos obtiveram número superior de cadeiras, contudo os partidos de oposição juntos fazem maioria e podem escolher os novos gestores.

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