Espanha ameaça com prisão os 712 prefeitos que apoiam o referendo na Catalunha

Os 712 chefes municipais que cederam locais de votação para o referendo de autodeterminação foram convocados a depor pelo Ministério Público espanhol, que ordenou a detenção daqueles que se recusarem a comparecer 

A Espanha está apertando o cerco com vistas a impedir a realização do referendo sobre a independência na Catalunha, marcado para o próximo dia 1º de outubro. A última ofesiva veio da Procuradoria Geral do Estado que notificou mais de 712 prefeitos que cederam ao governo catalão locais para a votação. Os chefes municipais foram convocados a depor e caso não compareçam, há ordem expressa à polícia para predê-los.

José Manuel Maza notificou 712 prefeitos catalães que cederam locais para referendo na Catalunha

A ordem foi emitida nesta quarta-feira (13) pelo procurador geral do Estado, José Manuel Maza aos procuradores-chefes das províncias de Barcelona, Tarragona, Lleida e Girona. Que foram orientados a ouvir primeiro os prefeitos das cidades com maior população.
Os prefeitos investigados pela sua “cooperação na organização do referendo”são aqueles que aparecem na lista que a Associação de Municípios pela Independência (AMI) fez pública. Na qual constam o nome das cidades que cederam colégios eleitorais para o referendo.
Ao mesmo tempo a procuradora-chefe do Ministério Público em Barcelona, Ana María Magaldi, ordenou à polícia que atue intervenha nos preparativos para a consulta popular. Ela requereu à polícia que adote as “medidas necessárias para requisitar os instrumentos destinados a preparar ou celebrar a votação”. Como por exemplo urnas, cédulas eleitorais, manuais de instruções para membros das mesas eleitorais ou equipamentos informáticos”.
A ação do Ministério Público acontece um dia depois do Tribunal Constitucional notificar mais de mil pessoas, entre integrantes do governo e do parlamento catalão. Que foram advertidos da “ilegalidade do referendo” e das consequências penais de promover ações para sua realização. Uma das notificadas foi a TV3, canal público de televisão, que foi proibida de veicular anúncio publicitário do governo catalão convocando para o referendo.

Ao serem informados da notificação, a AMI e a Associação Catalã de Municípios (ACM) declararam o “máximo apoio aos prefeitos e prefeitas alcaldes que querem colaborar com o referendo”. “Defender a democracia não pode nunca ser considerado um delito”, declarou a AMI na sua conta do Twitter.

CAMPANHA PELO SIM – Enquanto isso, o governo catalão se prepara para o lançamento do início da campanha do Sim pelo referendo. O ato oficial terá início às 20h desta quinta-feira, 14, na Tarraco Arena, em Tarragona. E contará com a participação dos principais partidos e entidades que formam parte da campanha, além do presidente Carles Puigdemont e o vice-presidente Oriol Junqueiras.

 

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