Pedro Sánchez perde pela segunda vez votação para presidir governo da Espanha

O primeiro-ministro socialista, que ocupa o cargo de primeiro-ministro interinamente, não obteve os votos necessários para ser investido pelo Congresso espanhol. A seguinte oportunidade será em setembro

Sánchez precisava dos votos de Podemos para ser investido, mas não avançou nas negociações

Pedro Sánchez, do Partido Socialista Obreiro Espanhol (PSOE), foi derrotado na segunda rodada de votação no Congresso de Deputados para ser investido como  primeiro-ministro da Espanha, quando necessitava apenas de maioria simples, ou seja, mais votos a favor do que contra.
O socialista obteve apenas 124 votos a favor, contra 155 negativos e 66 abstenções. O fracasso se deve ao fato de não ter conseguido avançar nas negociações com o partido Unidas Podemos, liderado por Pablo Iglesias, que optou por se abster, assim como Esquerda Republicana de Catalunha (ERC), Compromisso e EH Bildu.
Os 155 votos negativos vieram dos independentistas de Juntos por Catalunha (JxCat), e dos direitistas do Partido Popular (PP), Cidadãos, além de Coalizão Canárias, Navarra Soma e os extrema-direitistas de Vox. Dos votos a favor, 123 vieram dos deputados do PSOE e um do Partido Regionalista da Cantábria. Sánchez precisava dos votos a favor de Podemos e da abstenção de ERC – que mesmo com presos e exilados por causa do conflito catalão resolveu estender a mão ao socialista – para ser
eleito. JxCat manteve a posição de votar contra porque entende que
Sánchez não está disposto a resolver a questão catalã através do
diálogo, uma vez que até agora não fez nenhum gesto nesse sentido.

Deputados de Juntos por Catalunha negaram voto a Sánchez por sua “incapacidade” de dialogar

As negociações entre PSOE e Podemos se mantiveram tensas entre a primeira votação, ocorrida na última terça-feira, quando o primeiro-ministro em funções também fracassou na primeira votação. Sánchez se nega a dar lugar a Podemos dentro dos ministérios, como solicita o partido de esquerda. O socialista chegou, inclusive, a divulgar ontem documento com as propostas de Podemos, indicando os ministérios que pretendia assumir, azedando ainda mais a relação entre as duas siglas.
Caso Sánchez perca a segunda oportunidade que terá em setembro no Congresso de Deputados, a lei espanhola manda que o parlamento se
autodissolva e novas eleições sejam convocadas. Se isso vier a ocorrer, as novas eleições gerais ocorrerão em 10 de novembro. Na primeira votação, na qual é exigida maioria absoluta entre os 350 deputados congressistas, Sánchez obteve 124 a favor, 170 contra e 52 abstenções, longe dos 176 votos necessários para vitória.

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