Nasce primeiro lince em um século nos Pirineus catalães

O nascimento da cria em cativeiro abre as portas para a reintrodução da espécie, extinta na região, após muitas tentativas frustradas de procriação

Primeiro plano da cria de lince que nasceu em MónNatura, em Pallars Sobirà

O nascimento da primeira cria de lince boreal em um século nos Pirineus catalães reabre a porta para a reintrodução da espécie, extinta nesta zona. A divulgação da imagem do animal, que nasceu há dois meses no Centro de Recuperação MónNatura dos Pirineus, na região de Pallars Sobirà, foi feita esta semana e foi destaque na imprensa. Os pais do lince, trazidos da Galícia e que vivem no local há onze anos, procriaram pela primeira vez desde que chegaram, surpreendendo os cuidadores que pensavam que a fêmea tinha problemas de fertilidade.

A cria, nascida em 28 de maio, pesa 800 gramas e quando se torne adulto pode chegar a pesar 30 quilos. O seu nome será escolhido em concurso feito nas escolas da região, cujas aulas começam em setembro, numa campanha de educação ambiental. O pequeno lince compartilha espaço com a mãe e o macho foi transferido para uma jaula separada para evitar que enfrentamentos ponham em risco a vida do animal. Nesta região, o lince é mais conhecido como gato-e-lobo.

O nascimento do animal vai reforçar as atividades de educação ambiental que são realizadas no centro e permitirá explicar a função ecológica desta espécie nos Pirineus, segundo explicação de Miquel Rafa, diretor de Território e Meio Ambiente da Fundação Catalunha La Pedrera, em entrevista à emissora TV3. “Esta cria será um perfeito embaixador desta espécie e nos recordará o papel que já tiveram na região e que num futuro podem voltar a ter nos bosques dos Pirineus”, disse.

Nos últimos anos foram realizadas tentativas de reintroduzir o lince nos Pirineus catalães, sem sucesso. A última tentativa foi em 2016, quando o Ministério da Agricultura espanhol se programou colocar em curso um programa piloto no Vale do Aran. O objetivo era controlar a população de pequenos predadores que colocam em perigo as espécies protegidas como a perdiz branca e o galo fer. O estudo não foi em frente pela oposição de criadores de gado locais que se posicionaram contra o projeto.

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