Polícia ataca manifestantes em nova jornada de protestos na Catalunha

Manifestação de maior peso ocorreu  no em Barcelona, diante da delegação do governo espanhol, para onde confluíram diversas passeatas. Há registro de 74 feridos, 37 deles na capital

Rechaço a condenação de líderes catalães vem provocando manifestações em todo território

Em Barcelona e em diversas cidades da Catalunha houve uma segunda jornada de manifestações de rechaço à sentença aplicada aos políticos e ativistas independentistas, que foram condenados a penas de chegam a quase cem anos de prisão pelo processo independentistas de 2017. Durante a manhã houve piquetes em diversos pontos do território. Na capital, por volta do meio-dia, manifestantes fecharam o trânsito da Gran Via, na confluência com a praça Espanha, um dos pontos mais movimentados da cidade. A manifestação de maior peso ocorreu no final da tarde diante da delegação do governo espanhol, onde a polícia agrediu manifestantes e ao final houve barricadas e fogueiras.

Milhares de pessoas vindas de caminhadas em diferentes pontos da cidade confluíram no final da tarde na rua Mallorca, onde fica a representação de Madri, atendendo à convocação da Assembleia Nacional Catalã (ANC) e de Òminum Cultural. No início da concentração houve um minuto de silêncio em solidariedade aos presos. Depois o local foi iluminado por velas levadas pelos participantes do protesto.


O entorno da delegação do governo espanhol foi blindado com grades pela Polícia Espanhola e pelos Mossos de Esquadra, com restrições ao trânsito nas imediações. O grosso da manifestação transcorreu de maneira pacífica, contudo houve momentos de tensão nas imediações de Mallorca com Passeio de Gràcia, com ataques dos agentes de segurança a manifestantes. Alguns tentaram ultrapassar o cordão policial e foram alvejados com violência pela polícia, que acabou golpeando até jornalistas que faziam a cobertura no local. Nas imediações do Passeio de Gràcia houve confrontação entre polícia e alguns manifestantes encapuzados, que queimaram conteiners. Imagens divulgadas no Twitter pelo ex-deputado Albano Dant Fachin mostram a polícia tentando atropelar manifestantes no centro de Barcelona, como mostra no vídeo abaixo.


Além de Barcelona, houve protestos em Tarragona, Girona, Lleida, Vic, Tortosa, Terrassa, Puigcerdà, Mataró e Igualada. Em Girona, mais de sete mil pessoas, segundo a polícia local, se concentraram diante da delegação do governo espanhol. Em Lleida, uma multidão também se reuniu diante da representação do governo central na cidade. Em Tarragona, o protesto aconteceu na praça Imperial Tarraco, onde havia mais de cinco mil pessoas. Em algumas destas cidades também se registrou ataque da polícia aos manifestantes, numa jornada de muita tensão. À noite, o governo espanhol soltou uma nota dizendo que “Não vê o movimento independentista como pacífico e que a violència na Catalunha está generalizada”.

Por sua vez, o vice-presidente da Catalunha, Pere Aragonés, pediu calma aos manifestantes e que não dêem o que o governo espanhol quer, ou seja, um motivo para justificar a aplicação uma intervenção na Catalunha. A prefeita de Barcelona, Ada Colau, ressaltou que a cidade é pacífica e que todas as instituições devem pedir tranquilidade à população.

AEROPORTO – Ontem, a maior das manifestações ocorreu no Aeroporto de Barcelona, que foi ocupado por manifestantes do início da tarde até as 22:00. Mais de 150 voos foram cancelados e mais de 50 pessoas foram feridas pela polícia, que atacou os manifestantes, inclusive com usos de balas de borracha, o que é proibido na Catalunha. Um jovem de 22 anos perdeu a visão de um olho após ser atingido por um destes proojéteis, levantando muitas críticas à repressão policial.

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