Madri fecha escolas e universidades após duplicar casos de coronavírus

Fechamento de creches até universidades afeta mais de 1,5 milhão de alunos que ficarão 15 dias sem aulas na Comunidade de Madri

Após duplicar o número de contagiados e mortos pelo coronavírus entre o domingo e hoje (09), a Comunidade de Madri resolveu suspender as aulas em todos os níveis educativos. A medida, anunciada no início da noite pela presidente Isabel Díaz Ayuso, vai afetar a 1,5 milhão de pessoas, que deixarão de ter aula a partir da próxima quarta-feira (11) durante os seguintes 15 dias, do infantil às universidades. O número de contagiados passou de 202 a 578 do domingo para a segunda, enquanto o de mortos foi de 8 para 17 no mesmo período.
Também foi decidido cancelar ou atrasar o calendário de cirurgias programadas, as consultas e internamentos, se for necessário. Isso para possibilitar a habilitação de novos leitos e unidades em hospitais para atender os infectados pelo coronavírus. Com isso, os pacientes da atenção primária podem passar a ser atendidos em casa.
“O conselho de governo adotou restrições que são imprescindíveis. Não foi fácil tomar estas decisões, mas a saúde pública está acima de tudo”, declarou Ayuso após reunião extraordinária dos integrantes do conselho de governo da Comunidade de Madri.
As restrições anunciadas agora se somam às tomadas na semana passada, quando foram fechados 213 centros de lazer para idosos. Além disso, forma restringidas as visitas a residências geriátricas e seguimento telefônico a pessoas em isolamento domiciliar. Há recomendação para quem faz parte do entorno de pessoas infectadas que evitem o transporte público e locais com grandes aglomerações.
Madri tem 33 hospitais públicos e 50 privados, segundo o catálogo nacional de hospitais. A proporção de leitos é inversa: 13.623 são públicos e 6.644 são privados. Segundo o Serviço Madrileno de Saúde a população da comunidade cresceu quase meio milhão de pessoas entre 2010 e 2018, aproximando-se dos sete milhões. Enquanto isso, o número de professionais da saúde pública decresceu em 3.300 postos. O cruzamento destes dados, segundo a imprensa local, foi crucial para que o governo tomasse tais medidas com vistas a não colapsar o sistema público.
Segundo dados oficiais, 80% dos casos de infectados podem ser tratado fora dos hospitais, enquanto 15% necessita de internamento e 5% são devem ser atendidos em unidades de tratamento intensivo.
As áreas críticas de contaminação se concentram até agora em uma residência geriátrica e dois colégios da capital, e nas cidades de Torrejón e Valdemoro. Também se registraram casos pontuais em Tres Cantos e em duas universidades com milhares de alunos: a Complutense e a Politécnica.

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