Revolta contra prisão de rapper Pablo Hasel espalha protestos na Catalunha

Manifestantes foram às ruas nas cidades catalãs contra prisão de rapper Pablo Hasel, condenado por injúrias à Coroa, e houve confronto com a polícia. Novas manifestações estão convocadas

Após uma série de protestos contra a prisão do rapper Pablo Hasel em cidades da Catalunha – com 18 presos e 33 feridos – os ativistas que defendem a soltura do cantor prometem novas manifestações durante a semana. Hoje, está prevista uma nova mobilização a partir das 19h, nos Jardinets de Gràcia, em Barcelona. Nas manifestações de ontem na capital houve confrontos com a polícia e queima e destruição de mobiliário urbano.

Protestos prisão Hasel
Chamada a novo protesto em Barcelona contra prisão de Hasel está nas redes sociais

Hasel foi preso na manhã de ontem (16) na reitoria da Universidade de Lleida, onde resistiu à detenção durante 24 horas atrás de barricadas e na companhia de mais de 50 ativistas. O cantor foi condenado pela Audiência Nacional pelos crimes de exaltação do terrorismo, insultos à Coroa e insultos e calúnias às Instituições do Estado por conta da letra de uma canção e, também, pelo conteúdo de postagens no Twitter

Logo após a prisão do cantor, ativistas de diversos movimentos convocaram protestos nas principais cidades da Catalunha. Em Barcelona, mais de 5 mil pessoas, segundo a Guarda Municipal, se reuniram à noite na Praça de Lesseps, de onde sairam em caminhada. Quando a passeata passou em frente à delegacia de polícia espanhola, na rua Granada, aconteceram os primeiros incidentes. O resultado final foi 50 contêineres queimados, 40 instalações sabotadas, cerca de 20 motos queimadas e 10 policiais feridos.

Em Girona, a manifestação também reuniu em torno de 5 mil pessoas. A caminhada terminou com alguns incidentes, como assaltos a bancos e saques a estabelecimentos comerciais. Contêineres também foram queimados e duas viaturas da polícia foram “severamente” danificadas.

Em Vic, a manifestação reuniu cerca de 300 pessoas, dqs quais umas 60 participaram dos incidentes na sede da delegacia dos Mossos d’Esquadra, a polícia català, que teve vidraças quebradas e mobiliário danificado. Onze policiais ficaram feridos e quatro pessoas foram presas.

Em Lleida, cerca de 1,2 mil pessoas participaram do protesto, que também resultou em incidentes como a queima de contêineres, arremessos de objetos contra os policiais e barricadas. Em Segrià, cidade natal de Pablo Hasel, a polícia prendeu 8 pessoas, acusadas de desordem pública.

A plataforma Llibertat Pablo Hasel denunciou nas redes sociais as “agressões” que, alguns dos detidos sofreram nas mãos dos Mossos d’Esquadra. Nesse sentido, explicaram que um menor detido “tem marcas no rosto que o mostram”. A plataforma também quis expressar sua condenação aos “abusos policiais” e está considerando apresentar uma queixa aos tribunais.

O Sistema de Emergência Médica (SEM) atendeu 33 feridos durante os distúrbios que ocorreram em diferentes partes da Catalunha. Destes, 32 eram menores. Oito precisaram ser levados a um centro médico para tratamento. Por territórios, em Barcelona o SEM realizou 11 assistências e quatro transferências; em Vic 15 assistências; em Lleida cinco e três transferências; em Reus, uma assistência e uma transferência; e em Girona uma assistência. Quanto aos 18 presos, a polícia disse que o perfil é de jovens entre 17 e 25 anos.

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