‘Star Wars’ e Ewan McGregor defendem Moses Ingram diante de mensagens racistas por papel em ‘Obi-Wan Kenobi’

Atriz negra denunciou através de seu perfil no Instagram ter recebido mensagens criticando seu trabalho na série e lhe fazendo ameaças

Nesta quarta-feira, 22 de junho, chega à plataforma Disney o sexto e último episódio da nova série da franquia ‘Star Wars‘ sobre o Mestre Jedi Obi-Wan Kenobi, interpretada pelo ator Ewan McGregor, como fez nos episódios I, II e III da saga. Apesar de ser o protagonista e da expectativa sobre a série, os holofotes se giraram para Moses Ingram, que interpreta a vilã Reva, uma inquisidora que viaja pela galáxia com o objetivo de caçar Obi-Wan Kenobi e cumprir o mandato do malvado Darth Vader.

No entanto, o que deveria ser uma plataforma de lançamento para a carreira de Ingram se transformou em tortura em função dos ataques racistas à atriz. Moses denunciou através de seu perfil no Instagram que recebeu uma série de mensagens que, além de criticar seu trabalho na série e sua personagem, aproveitam para usar sua cor de pele como arma de ataque. Alguns usuários, inclusive, se atrevem a ameaçá-la diretamente.

Seus dias estão contados”, “você não é a primeira negra de Star Wars, idiota”, “a operação de apoio aos escuros é real” e outros tipos de mensagens semelhantes foram recebidas pela atriz, que pediu no Instagram para barar o discurso de ódio e racismo. Em declarações sobre os ataques, ela desbafou: “O que me incomoda é… esse sentimento de que eu só tenho que calar a boca e aceitar, eu só tenho que sorrir e aguentar. E eu não sou assim. Obrigada às pessoas que se colocaram no meu lugar nos comentários”.

Diante dos ataques, McGregor saiu em defesa de Moses, assim como a Disney. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o ator disse que ela é uma atriz e uma mulher brilhante, absolutamente incrível. “Eu só quero dizer como ator principal da série e como produtor executivo que apoiamos Moses. Nós amamos Moses, e se você está mandando mensagens de bullying para ela, você não é fã de Star Wars na minha opinião. Não há lugar para racismo neste mundo”, frisou.

Já a própria franquia Star Wars, de propriedade da Disney, reagiu em sua conta oficial no Twitter: “Estamos orgulhosos de que Moses Ingram faça parte da família Star Wars e animados com o desenvolvimento da história de Reva. Se alguém tentar fazê-la se sentir indesejada, só temos uma coisa a dizer. : vamos resistir”.

CASOS PRECEDENTES – Após a denúncia de Ingram, outros atores como John Boyega e Kelly Marie Tran falaram sobre o ódio racista que também receberam depois de aparecer nos últimos filmes da saga Star Wars. Tran, a primeira mulher asiática a ter um papel importante em um filme de “Guerra nas Estrelas”, escreveu um artigo de opinião no The New York Times sobre ser assediada depois de estrelar Os Últimos Jedi de 2017. O assédio foi tão grande que Tran deixou as redes sociais redes e fez terapia.

Boyega também sofreu inúmeros ataques racistas assim que o trailer do aguardado sétimo filme da saga, O Despertar da Força, foi lançado em 2014. Seu personagem Finn foi uma das grandes aparições da última trilogia e muitos correram para criticar o personagem apenas por ser negro. No entanto, Boyega também criticou a Disney depois de ver como a proeminência de Rose, personagem de Finn e Kelly Marie Tran, foi bastante diluída na última parcela de Star Wars, The Rise of Skywalker.

Nos últimos anos, a empresa Disney tentou introduzir maior diversidade racial e sexual em seus filmes e séries e também se esforçou para tentar compensar o racismo e os clichês que muitos de seus clássicos continham. Por exemplo, no ano passado retirou do catálogo infantil três filmes clássicos como Dumbo (1941), Peter Pan (1953) e Os Aristogatos (1970) e no início de cada filme inseriu um aviso: “Este programa inclui representações e/ou um mau tratamento de pessoas ou culturas”.

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