Barcelona se une em defesa dos direitos dos refugiados

Cartaz manifestoBarcelona será palco de uma grande manifestação contra o tratamento dado pela União Europeia (UE) aos refugiados. O ato acontece no próximo domingo (19) organizado por mais de 50 entidades da sociedade civil, sindicatos e partidos políticos, signatárias no manifesto “Abram fronteiras, queremos acolher”. Na segunda, 20 de junho, comemora-se o Dia Mundial das Pessoas Refugiadas.
Os organizadores pretendem denunciar a “irresponsabilidade negligência e a hostilidade” dos representantes políticos europeus diante do êxodo das pessoas que buscam lugar seguro na Europa. E demonstrar a necessidade de abrir vias seguras e legais para os refugiados, assim como a vontade de acolhê-los.201606113 Foto2 (1)

As entidades querem deixar claro o rechaço contra todos os tratos inumanos recebidos pelos que saem de maneira forçada de seus países, inclusive aqueles privados de liberdade sem cometer nenhum delito, como é o caso das pessoas nos campos de detenção na Grécia. “A UE e os estados membros são cúmplices das mortes no Mediterrâneo. O estado espanhol é responsável pela fronteira sul, em Ceuta e Melila, único da EU em território africano”, assinalou Toni Borrell, da plataforma Stop Mare Mortum.
Os manifestantes destacam que há anos não se respeita o direito de asilo. “Os governos europeus e a UE estão vulnerando a convenção de Genebra e as suas próprias leis de asilo. As pessoas morrem no Mediterrâneo porque os governos vulneram a lei”, apontou Miguel Pajares, presidente da Comissão Catalã de Ajuda ao Refugiado. Para ele, este é o momento de fazer uma manifestação multitudinária que mostre o posicionamento da sociedade contra políticas contrárias aos direitos humanos, como é o direito de asilo.
No ato, também será feita referência às políticas com relação aos países em guerra: “O povo sírio vive uma guerra civil há cinco anos e a resposta europeia tem sido irresponsável e indigna de países que defendem os direitos humanos”, declarou Josep Lluís del Alcazar, do Comitê de Solidariedade com o Povo Sírio. “Recordemos também que na Síria há mais de 8 milhões de refugiados internos e denunciamos a crueldade do regime, da Rússia, dos EUA e do Estado Islâmico contra a população”, completou.
Natàlia Esteve, vice-presidente da Assembléia Nacional Catalã (ANC), que também participará do manifesto, lembra que o povo catalão tem raízes mediterrâneas, também construídas com a migração. “Somos uma sociedade que também sofreu exílio em campos de refugiados”, recordou, complementando: “Catalunha quer falar com voz própria à Europa e ao undo para defender o respeito aos direitos humanos”.

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