Premier espanhol abre negociações para renovar mandato

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Rajoy tentará negociar com Sanchez, que estaria com a chave para acordo de investidura. Iglesias e Rivera saíram enfraquecidos

O primeiro ministro da Espanha, Mariano Rajoy, do conservador Partido Popular (PP), começou a mover hoje (30) as peças do complicado xadrez que tem na mesa para garantir mais quatro anos de mandato. Mesmo tendo vencido as eleições gerais ocorridas no domingo passado (26), o chefe do governo obteve apenas 137 cadeiras no Parlamento, longe das 176 necessárias (maioria absoluta) para ser investido outra vez no cargo.
O pleito do domingo foi o segundo realizado em seis meses, convocado justamente porque após a primeira votação, na qual Rajoy saiu com mais cadeiras mas sem maioria, não se chegou a um acordo para formar governo. O segundo lugar (85 cadeiras) ficou o PSOE de Pedro Sánchez. O terceiro foi ocupado pela coligação Unidos Podemos liderada por Pablo Iglesias, com 71, e por último, o Ciudadanos de Albert Rivera que conseguiu 32 assentos.
As conversas iniciais, segundo Rajoy, servem para perceber qual é a “disposição” dos demais partidos e só depois começarão as negociações. “O mais importante neste momento é chegar a algum tipo de entendimento”, disse Rajoy, acrescentando que está à procura de “um acordo de ampliação da base parlamentar”.
Apesar de não haver nenhuma agenda divulgada, a imprensa espanhola avança que a primeira conversa deverá acontecer com o líder do PSOE, Pedro Sánchez, a força preferida por Mariano Rajoy para formar uma coligação. Ou abster-se para permitir a investidura de um governo de minoria. Assim, estaria com a chave para qualquer consenso.
Na eleição de dezembro, o PP foi muito castigado, passando dos 44,63% obtidos há quatro anos atrás para 28,71%. No domingo, o PP subiu para 33%, enquanto os demais partidos tiveram redução de votos, destacando-se os 1 milhão de votos perdidos pelo Podemos.
Como nenhum partido conseguiu votos suficientes para formar um governo sozinho, todos terão agora que regressar à mesa de negociações, com Rajoy em situação mais confortável que há seis meses. Contudo, chegar ao consenso pode mais uma vez se provar difícil em uma Espanha que nunca teve um governo de coalizão. Os partidos de oposição disseram que não iriam apoiar um governo liderado por Rajoy por causa de escândalos de corrupção.
O que abre um cenário de duras negociações nas próximas semanas. Uma terceira eleição não estaria descartada, embora os políticos estejam sendo pressionados a evitá-la. Afinal, este é o pior desfecho para todos.

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