5 prêmios Nobel da Paz entre 50 personalidades que apoiam referendo na Catalunha

O manifesto de apoio ao referendo da Catalunha apresentado hoje em Barcelona por Pau Ahmed Galai, prêmio Nobel da Paz de 2015, é notícia no Blog Visões de Mundo, do Jornal do Commercio.  Reproduzo aqui o texto, produzido especialmente para o JC, no qual relato como foi o ato realizado no Palau da Generalitat, sede do governo regional,  conduzido pelo presidente Carles Puigdemont. Boa leitura!

Taíza Brito
Especial para o JC
BARCELONA – Mais de 50 personalidades mundiais, entre eles cinco laureados com prêmios Nobel da Paz, declararam apoio ao referendo sobre a independência que o governo da Catalunha pretende realizar no próximo 1º de outubro. A consulta é rechaçada pelo governo da Espanha. O manifesto foi apresentado nesta segunda-feira (04) pelo tunisiano Pau Ahmed Galai, em ato conjunto com o presidente catalão Carles Puigdemont, em Barcelona.
Ahmed Galai, Nobel da Paz em 2015, disse que a maioria dos catalães vem expresando repetidamente e de diversas maneiras o desejo de exercer o direito democrático de votar sobre o seu futuro político. “Tal como mostram os precedentes quebequenses e escoceses, entendemos que a melhor forma de resolver as disputas internas legítimas é utilizar as ferramentas da democracia”, discursou.
Entre os que assinam o manifesto estão o bispo sul-africano Desmond Tutu, a japonesa Yoko Ono Lennon, o ator norte-americano Viggo Mortensen, o escritor português Antônio Lobo Antunes e Piedad Córdoba , advogada, política e mediadora do acordo humanitário entre as FARC e o governo colombiano.
Durante o ato, Ahmed Galai fez um apelo ao governo espanhol, assim como aos seus homônimos catalães, para que a cidadania da Catalunha possa votar o seu futuro político e que se negociem de boa fé os resultados. “As urnas nunca deveriam ser consideradas um problema, nem a causa de um conflito, muito menos no caso de 1º de outubro”, acresceu o pacifista.
Carles Puigdemont garantiu que a votação permitirá tirar qualquer dúvida sobre o real desejo dos catalães. O presidente recordou que pode vencer o sim ou o não, afinal trata-se de uma consulta, e por isso não se debe temer-la ou proibi-la. Ele lembrou que se vence o não, está prevista a dissolução do parlamento e do governo e a convocação de novas eleições. “Se vence o sim, a Espanha não terá como fugir do diálogo, como vem fazendo até hoje”, completou.
Puigdemont afirmou que não irá retroceder, apesar das ameaças do governo central e que trabalhará para que o maior número de pessoas possa votar. “Qualquer intento de impedir o referendo, seja pela via judicial ou política está destinada ao fracasso, porque a democracia é imparável”.
Na próxima quarta-feira (06), o parlamento catalão deverá votar a lei do referendo. “O texto habilitará uma passarela legal para a organização do referendo e a transição à legalidade futura em caso que vença o sim”, disse. O governo catalão não estipulou percentual mínimo de participação de votantes, seguindo a jurisdição eleitoral vigente na Espanha.
O primeiro ministro Mariano Rajoy segue garantindo que o não permitirá o referendo. “Atuaremos com proporcionalidade, inteligência, tranquilidade, contudo também com firmeza”, declarou, ao dizer que tem a obrigação de “cumprir e fazer cumprir a lei”. “Preservarei a unidade da Espanha e garantirei o respeito ao texto constitucional”, concluiu.

 

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