Dor e revolta no minuto de silêncio às vítimas de Nice

NICE SILENCIO
Mais de 40 mil pessoas compareceram a homenagem a vítimas de ataque em Nice

Os ânimos estavam acirrados nesta segunda-feira (18) em Nice. No cenário do atentado onde 84 pessoas foram mortas e quase 300 saíram feridas, mais de 40 mil pessoas compareceram à solenidade de um minuto de silêncio em homenagem às vítimas. Parte da multidão que se reuniu no Passeio dos Ingleses vaiou e insultou a delegação oficial do governo francês encabeçada pelo ministro Manuel Valls.

Governo frances
Ministro Valls e sua comitiva foram vaiados durante cerimônia de homenagem às vítimas

“Lixo!”, “Isto é culpa sua!” e “Fora Valls” foram algumas das frases repetidas entre assovios e gritos. “Estamos aqui pelas vítimas, por favor, um pouco de respeito”, se queixou uma mulher, com um gesto desolado. Momentos depois se fez o silêncio, cortado por um tiro de canhão que marcava o início da solenidade. Segui-se um minuto de aplausos em memória aos mortos e na sequência foi entoada a Marsellesa, o hino francês.
A delegação se dirigiu então ao interior do jardim de Albert I, a poucos metros, para reunir-se com os familiares dos falecidos. No trajeto, se ouviram outra vez gritos e vaias, que deram lugar a aplausos quando passaram os efetivos da polícia e das equipes de resgate.
Junto a Valls estavam a ministra de Saúde, Marisol Tourraine, o prefeito de Nice, Philippe Raval, seu adjunto, ex-prefito e agora presidente da região Provença-Alpes-Costa Azul, Christian Estrosi, e o Príncipe Alberto de Mônaco. Também estaba o jogador de futebol Hugo Lloris, natural de Nice e a representante da Frente Nacional, Marion Maréchal Le Pen.
Finalizada a cerimônia, o ambiente ainda seguiu tenso. Muita gente vaiava e assoviava. Eram ouvidos gritos contra o governo, os imigrantes e os mulçumanos, com muitas manifestações racistas. Em meio à multidão também se ouviam apelos para que se acalmassem os ânimos.
“Você perdeu alguém no ataque? Eu perdi dois amigos. Com que direito nos dizem que não gritemos”, dizia um homem a outro que lhe pedia tranquilidade. “Em Nice não, mas no Bataclam sim. Apenas digo que tens razão de estar chateado, mas precisamos acalmar os ânimos”, respondeu.

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