Redes “lincham” caçadora que exibiu girafa negra como troféu na África

Imagens de caçadora norte-americana se exibindo após matar girafa na África do Sul viralizaram após publicação realizada nas redes sociais pelo Africland Post e geram revolta global

As fotos de uma caçadora de Kentucky (EUA) exibindo com orgulho como trófeu uma “girafa negra” abatida da África do Sul estão causando furor nas redes sociais em todo o mundo. As imagens, publicadas em meados de junho pelo Africland Post, viralizaram esta semana, e chamaram atenção de jornais europeus que repercutiram a notícia nos últimos dois dias.


Na postagem, o veículo de comunicação africano comenta: “Uma branca selvagem americana que é em parte neandertal vem à Africa e mata uma girafa negra muito rara, cortesia da estupidez da África do Sul. Seu nome é Tess Thompson Talley. Por favor compartilhe”. Nas fotos, a caçadora aparece sorrindo e festejando junto à presa.
As controvertidas imagens não são recentes. Foram publicadas por Tess Thompson Talley há um ano. Na publicação original, vão acompanhadas da seguinte legenda: “As orações por minha busca sonhada, única na vida, se converteram em realidade hoje! Descubri esta girafa negra que vinha buscando há bastante tempo. Sabía que era a eleita. Tinha mais de 18 anos, 4000 libras (1.814 quilos) e fui bendita para poder obter 2000 libras (907 quilos) de carne dela”.
As duras críticas dirigidas à caçadora nas redes sociais e os milhares de compartilhamento das fotos, fizeram com que meios de comunicação dos Estados Unidos buscassem explicação da protagonista da cena. Em e-mail enviado à Fox News, Talley se justifica dizendo que o o animal é uma subespécie de girafa sul-africana e sua população “está aumentando devido, em parte, aos caçadores e os esforços de conservação pagos em grande parte pelos grandes eventos de caça”.
“A raça não é rara de maneira nenhuma e além disso o animal era muito velho. As girafas escurecem com a idade”, disse. Talley afirmou que a sua caça não era recreativa e sim que pretendia conservar a espécie porque a girafa morta havia atacado duas fêmeas mais jovens e estava impedindo que tivessem filhotes.
As declarações provocaram ainda mais polêmica, embora a caça de troféus seja uma prática legal em vários países africanos, entre eles a África do Sul. Nos EUA, o tema também está gernado muita controvérsia. Por um lado, os grupos de conservação e bem-estar de animais pediram que o Governo recuse as permissões de importação de leões sul-africanos. Por outro, grupos de pressão de caçadores argumentam que as espécies ameaçadas podem se extinguir sem a ajuda econômica dos programas de conservações financiados por norte-americanos ricos cujo objetivo final é a caça.
Nos últimos 30 anos, a população de girafas caiu aproximadamente 40%, como alertou em dezembro de 2016 a União Internacional para a Conservação da Natureza. Entre as causas da redução de exemplares, a organização identificou o aumento da população humana em seus habitats, ainda que também tenha citado a caça ilegal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.