Catalunha repudia fuzilamento de boneco de Puigdemont na Andaluzia
Durante cerimônia da malhação do Judas, na cidade de Coripe, boneco representante ex-presidente catalão foi “assassinado” com munição cedida pela policia local
A malhação de Judas na cidade de Coripe, na Andaluzia, causou reações indignadas neste Domingo de Páscoa, na Catalunha. O boneco malhado, queimado e fuzilado com munição de verdade representava o ex-presidente catalão, Carles Puigdemont, atualmente exiliado na Bélgica. O ódio exposto publicamente nas ruas da cidade andaluza, chocou pelo fato da polícia local ter fornecido o armamento utilizado na cerimônia e por ter sido promovida por uma associação de pais da cidade.
Durante o ato foram proferidos diversos insultos contra Puigdemont, que se pronunciou no Twitter dizendo que normalmente tem tendência a respeitar “as mostras de ironia e sarcasmo” porque entende que formam parte da liberdade de expressão”. Mas que neste caso não pode respeitar “por dignidade pessoal e por decência democrática”.
Normalment tinc tendència a respectar les mostres d’ironia i sarcasme que s’han anat produint arreu de l’Estat perquè formen part de la llibertat d’expressió. Aquesta, a diferència de les altres, no la puc respectar, per dignitat personal i per decència democràtica.
— Carles Puigdemont (@KRLS) 21 de abril de 2019
O ex-presidente descreveu o ocorrido como “uma mensagem de ódio” em um ato do qual “participaram menores que assistiram como algo normal à orgia de violência desatada contra o que represento”. “É um ato indigno, imprópio de uma sociedade civilizada”, assegurou.
Puigdemont ressaltou o fato da cidade onde ocorreu o ato ter o prefeito do PSOE, o mesmo partido do atual primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez. “Hoje numa cidade da Espanha, governada pelo PSOE, decidiram fuzilar e queimar um boneco que representava a minha Pessoa e que levava um laço amarelo bem visível. Não quiseram fuzilar e queimar somente a mim, mas fazer burla da luta pela liberdade dos presos e exilados”.
O atual presidente da Catalunha, Quim Torra, também se pronunciou anunciando que denunciará o ocorrido. “Simplemente horrendo. Asco extremo, intolerável. Faremos uma denúncia”, escreveu na rede social.
A Queima do Judas é uma festa de Coripe é considerada de Interesse Turístico Nacional e no ano passado também gerou muita polêmica, quando o Movimento contra a Intolerância apresentou uma queija contra os organitzadores. Isso por um suposto matiz racista da festa, já que a figura “queimada” então representava a acusada do menino almeriense Gabriel Cruz, Ana Julia Quezada . O prefeito de Coripe, Antonio Pérez, e sua secretária de Festejos, Irene García, tiveram que prestar esclarecimentos ao Ministério Público acusados de um suposto delito de ódio. A causa depois foi arquivada.
ATENCIÓ: Així han “assassinat” el molt honorable president Puigdemont al poble de Coripe. La policia local carregava la munició en un cotxe amb el logotip de la Junta d’Andalusia. Perdoneu, però això és gravíssim. pic.twitter.com/ZgOHPaeALq
— Miquel Strubell fill 🎗 (@miquelstrubell) 21 de abril de 2019
Numa das publicações do Twitter que denunciaram o fuzilamento do boneco de Puigdemont, o do internauta Miquel Strubell alertava: “Atenção: Assim ‘assassinaram’ o homorável presidente Puigdemont na cidade de Coripe. A policia local local carregava a munição em um carro com logotipo da Junta da Andalusia. Perdão, mas isso é gravíssimo”.