Onda de solidariedade à alemã que desafiou o ministro italiano Salvini para resgatar migrantes da morte no Mediterrâneo
Campanha #FreeCarolaRackete invadiu as redes, com gente de diversos países pedindo liberação de alemã presa na Itália por salvar vidas no Mediterrâneo
Uma onda de solidariedade à alemã Carola Rackete invadiu as redes sociais depois que a capitã do barco de resgate “Sea Watch 3” foi detida, no último sábado (29), na Itália. A ativista foi presa pela polícia do país após chegar ao Porto de Lampedusa para desembarcar 40 migrantes que havia salvado da morte no mar Mediterrâneo. O ministro de Interior italiano, Matteo Salvini, acusou a Rackete de comportar-se “como uma delinquente” antes de ameaçar a outras ONG, entre elas a catalã Open Arms, com aplicar-lhes o mesmo trato caso decidam entrar em águas italianas.
#CarolaRakete foi detida pelo governo fascista de @matteosalvinimi por resgatar, desta última vez, 40 pessoas à deriva no Mediterrâneo. A capitã do @seawatch_intl é a face do que deveria ser a verdadeira solidariedade. #FreeCarolaRackete #RefugeesWelcome pic.twitter.com/7yz6qVrJXR
— Isabel Pires🎗 (@isabelruapires) 30 de junho de 2019
Em diversos países, houve demonstração de solidariedade à detenção de Rackete, entre eles em Portugal, França, Alemanha e Luxemburgo. A deputada Isabel Pires, do Bloco de Esquerda de Portugal protestou através do Twitter: “#CarolaRakete foi detida pelo governo fascista de @matteosalvinimi por resgatar, desta última vez, 40 pessoas à deriva no Mediterrâneo. A capitã do @seawatch_intl é a face do que deveria ser a verdadeira solidariedade. #FreeCarolaRackete #RefugeesWelcome”.
O ministro de Interior francês, Christophe Castaner, disse que “o fechamento dos portos é uma violação ao Direito do Mar”, enquanto o responsável de Exteriores de Luxemburgo denunciou que “salvar vidas é um dever e não pode ser nunca um delito ou um crime”. Nas redes sociais, imagens em solidariedade a Rackete se espalharam, especialmente ilustrações com mensagens de apoio à capitã.
A previsão é de que no início desta semana seja realizada a audiência em que tem que ser convalidada a prisão e na qual a ativista será interrogada. Salvini anunciou que em caso de que a capitã do Sea Watch seja liberada à espera do julgamento, será pedida sua expulsão imediata do país.
SALVAMENTO – Dos migrantes a bordo do Sea Watch, França se mostrou disponível a acolher 13 pessoas; Alemania a 10; Finlândia a 8, e os demais se repartirão entre Luxemburgo e Portugal. Sobre o feito de entrar em águas italianas sem autorização, Rackete, de 31 anos, declarou: “Minha vida tem sido fácil, pude frequentar três universidades, me graduei com 23 anos. Sou branca, alemã, nascida em país rico e com o passaporte correto. Quando me dei conta, senti a obrigação moral de ajudar a quem não tem as mesmas oportunidade”.