Open Arms entra em águas italianas em busca de porto para desembarcar imigrantes

Barco de ajuda humanitária estava há 13 dias em águas internacionais à espera de porto seguro para desembarcar 147 pessoas resgatadas no Mediterrâneo

Barco de bandeira espanhola estava há 13 à espera de resposta de líderes europeus

O barco de ajuda humanitária Open Arms conseguiu autorização da justiça para entrar em águas italianas – o que conseguiu nesta quinta-feira (15)-  e agora busca porto para desembarcar os 147 imigrantes a bordo que foram resgatados do Mediterrâneo. Apesar dos diversos apelos para que os países europeus indicassem um porto seguro para o desembarque dos refugiados, nenhum mandatário se moveu para ajudar a ONG que há 13 dias circulava em águas internacionais à espera de uma resposta que não veio.

Entre os que apelaram aos líderes europeus, está o ator norte-americano Richard Gere, que além de levar alimentos e água para reabastecer o barco, ainda concedeu uma entrevista coletiva tentando sensibilizar os governantes. Na segunda-feira, em Barcelona, manifestantes protestaram na frente da subdelegação do governo espanhol, na tentativa de tirar da imobilidade o primeiro-ministro Pedro Sánchez (PSOE).

Entre os manifestantes estava a ativista brasileira Maria Dantas, que criticou o posicionamento dos governos europeus e exigiu que os imigrantes pudessem desembarcar em porto seguro. Apesar de o barco ter bandeira do país, o mandatário não se manifestou e alguns de seus ministros criticaram a ação do Open Arms.

Entidades como a Anistia Internacional e a Organização das Nações Unidas (ONU) também alçaram a voz pedindo socorro aos imigrantes. O fundador da Open Arms, Oscar Camps, vinha lançando mensagens diárias através das redes sociais retratando a situação dos resgatados e também tentou marcar reunião com Sánchez, sem sucesso. Camps havia pedido que o primeiro-ministro espanhol entrasse na justiça europeia para obrigar a Itália permitir o atraque do barco em um de seus portos.
A resposta positiva veio do Tribunal Administrativo da Região de Lazio, em atenção a uma ação movida pela própria ONG. O desembarque de imigrantes em portos italianos está proibido por decreto do ministro do Interior, o ultradireitista Matteo Salvini. O tribunal justificou a decisão com base no direito marítimo por conta da “gravidade e urgência excepcionais” do barco e das pessoas que estão a bordo.
Através do Twitter, Salvini reagiu ameaçando não cumprir a resolução. Este é o segundo revés judicial do ministro por parte dos tribunais italianos em um mês e meio. A primeira derrota aconteceu quando a juíza do Tribunal de Agrigento (Sicília), Alessandra Vella, liberou a capitã do barco Sea Watch 3, Carola Rackete, presa pela polícia italiana por ter forçado o desembarque dos imigrantes resgatados que levava à bordo e que estavam em situação de emergência.


A expectativa agora é de como será o desembarque na Itália. O Open Arms, que havia anunciado que enfrentaria uma tempestade, com previsão de ondas de até dois mestros, já entrou em águas italianas segundo publicação no Twitter feita nesta quinta-feira (15) e segue a ilha italiana de Lampedusa para pôr fim conseguir um porto seguro aos imigrantes que fugiram para o Mediterrâneo através da Líbia. Todos fugindo da guerra e daviolência em seus países no continente africano.

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