Visite a Grande Pirâmide de Gizé sem sair de casa
Tour virtual é possível por conta de projeto 3D da Universidade de Harvard e do Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito
Sem sair de casa, é possível visitar as rampas e corredores até a câmara funerária de Quéops, na Grande Pirâmide de Gizé, no Egito. Também visitar a grande galeria, a chamada câmara da rainha, e descer até a câmara inferior, escavada no porão da pirâmide. Localizada ao lado das pirâmides de Kefren e Miceri, nos arredores do Cairo, esta é a única das sete maravilhas do mundo antigo que se conserva. É um dos monumentos mais visitados do mundo, apesar da estreiteza dos seus espaços interiores possa dissuadir as pessoas que podem sofrer de claustrofobia.
A visita virtual da Grande Pirâmide se tornou possível graças à colaboração entre a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito. Além da Grande Pirâmide, o projeto de tecnologia 3D também permite visitar outros monumentos importantes, como alguns túmulos de rainhas, também em Gizé, e o túmulo de Tutancâmon, no Vale dos Reis, descoberto há cem anos por Howard Carter.
Coincidindo com este centenário, no Egito, são crescentes as vozes que reivindicam a contribuição de alguns egípcios nas descobertas feitas por arqueólogos como Carter ou François Champollion, decifrador da pedra de Roseta. “Os egípcios permaneceram nas sombras, anônimos e transparentes ao contar sua história”, explica a egiptóloga britânica Christina Riggs, da Universidade de Durham, no Reino Unido, em declarações à agência AFP.
“Eles foram esquecidos”, lamenta Abdel Hamid Daramalli, chefe das escavações da acrópole de Qurna. “É como se ninguém tivesse tentado entender o Egito antigo antes de Champollion”, acrescenta Heba Abdel Gawad, especialista em herança egípcia.
Um exemplo muito claro é o caso do egípcio que aparece ao lado de Carter em algumas fotografias, que não está documentado se é Hussein Abou Awad ou Hussein Ahmed Saïd, dois dos homens que trabalharam com o arqueólogo durante uma década.
A demanda pelos nomes das pessoas que possibilitaram descobertas de primeira linha se soma, portanto, à da devolução de peças expostas em museus europeus, que Abdel Gawad descreve como “espólios de guerra” muitas vezes obtidos ilegalmente durante o período colonial.