Base dos EUA no Iraque é atacada em reação do Irã ao assassinato de Soleimani
Mísseis atingem base ocupada por norte-americanos do Iraque em resposta do Irã ao assassinato do general Qasem Soleimani pelos Estados Unidos
Pouco depois da meia-noite na Europa (20h00 no horário de Brasília), agências de notícias começaram a divulgar o lançamento de foguetes contra a base aérea de al-Asad, que alberga as forças dos Estados Unidos no Iraque. A informação foi confirmada em entrevista à cadeia de notícias CNN por Qatri al-Obeidi, um dos comandantes sunitas das Forças Paramilitares na cidade vizinha de al-Baghdadi. A cidade de Al-Baghdadi está a uns 12 km ao norte da base aérea de al-Asad. Já a base aérea de Al-Asad está a uns 200 km ao oeste de Bagdad. A notícia tomou conta dos noticiários em todo o mundo, entre eles no canal Euronews em português (video abaixo).
O episódio ocorre depois que grupos pró-Irã prometeram unir forças para responder ao ataque realizado por um drone norte-americano na sexta-feira passada em Bagdá, que matou o influente generalm iraniano Qasem Soleimani e o chefe militar Abú Mahdi al Muhandis.
A investida militar, dentro da operação Mártir Soleimani, foi assumido pelo governo iraniano segundo fontes de Bloomberg, que cita televisão estatal do país asiático. Teherán ameaçou com “respostas ainda mais devastadoras” em caso de um novo ataque de Washington. Os primeiros informes dão conta de que foram ao menos 10 foguetes os que impactaram contra a base.
A Casa Branca anunciou que o presidente Donald Trump, que ordenou o ataque da sexta-feira contra o Irã, já foi informado sobre o ocorrido. “Estamos informados sobre os ataques contra os postos militares dos Estados Unidos no Iraque”, disse Stephanie Grisham, porta-voz do governo norte-americano.
A investida contra a base dos EUA se produziu após o multitudinário funeral de Soleimani em Kerman, sua cidade Natal, e depois que o líder supremo iraniano Ali Jamenei prometera uma “dura vingança” contra Washington pelo assassinato do general que durante duas décadas ampliou a influência do Irã no Oriente Próximo, desde Iraque até Líbano ou Yemen.
Na manhã, desta quarta-feira (08), o Pentágono seguia avaliando os danos, remarcando que já adotou as “medidas oportunas” para proteger às tropas e seus aliados. “Estas bases estiveram em alerta máxima devido às indicxações de que o regime iraniano pretendia atacar nossas forças e interesses na região”, indicou através de nota. No Twitter, Donald Trump disse que “todos estão bem”, em referências às tropas atacadas.
Em contraste a informação do Pentágono, que não menciona baixas, a imprensa oficial iraniana, citando fontes da Guarda Revolucionária, assegura que 80 soldados norte-americano morreram e que 200 resultaram feridos como consequência do ataque. Nesta manhã, as cadeias de televisão do país estamparam bandeiras iranianas como fundo de em todos os cenários dos noticiários.
Algumas agências de notícias reproduziram o tuíte com a bandeira do Irã publicado na sequência do ataque pelo ex-secretário do Conselho de Segurança Nacional do Irã, Saeed Jalili. Um tuíte que buscava replicar ao publicado por Trump na noite do assassinato de Soleimani.
O líder Supremo iraniano Ali Jamenei se referiu aos ataques da madrugada como “uma bofetada na cara dos Estados Unidos”. “Esta região nãotolera mais a presença dos Estados Unidos”, enfatizou em discurso frealizado nesta manhã de quarta-feira. No discurso, eleogiou Soleimani como alguém “valente e prudente” que “sempre este à margem das disputas políticas entre facções”.