Costa oriental da Líbia devastada pelo ciclone Daniel: governo rebelde em 2 mil mortos
Osama Hammad, primeiro-ministro do governo, também anunciou que mais de 1.2 mil pessoas estão desaparecidas no país
Numa entrevista telefónica a uma televisão local, o primeiro-ministro do governo rebelde da Líbia, Osama Hammad, descreveu a situação na cidade de Derna, a mais afetada pelas chuvas torrenciais, como “catastrófica”: “Os desaparecidos são milhares, bairros inteiros e seus moradores desapareceram, arrastados pelo mar”.
Os números de Hammad contrastam com os dados pelo chefe da Cruz Vermelha na região de Benghazi, Kais Fhakeri, onde confirma a morte de pelo menos 150 pessoas. O membro do conselho municipal de Derna, Ahmed Amdur, pediu uma intervenção internacional “urgente” para “salvar a cidade”. O colapso de zonas residenciais e de edifícios e infra-estruturas públicas e privadas provocou o encerramento de vias terrestres. Neste sentido, Amdur exigiu a abertura de um corredor marítimo para atender os habitantes.
Por outro lado, o primeiro-ministro do Governo de Unidade Nacional (GUN), Abdulhamid Dbeibah, baseado em Trípoli, prometeu que o Estado compensará todos os afetados pelas cheias e decretou três dias de luto pelas vítimas. Além disso, Debiba anunciou o envio para Derna de meia centena de ambulâncias e uma equipe de 75 médicos e enfermeiros, bem como um comboio para reforçar os hospitais rurais.
No plano internacional, a Missão das Nações Unidas na Líbia declarou em comunicado que está acompanhando de perto a situação de emergência e “a sua disponibilidade para oferecer apoio às pessoas afetadas”.
Também o presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, demonstrou a sua solidariedade para com a Líbia através da rede social X, anteriormente conhecida como Twitter: “Depois do furacão que atingiu o leste da Líbia, expresso a minha total solidariedade e compaixão às famílias das vítimas e dos desaparecidos”. Faki Mahamat felicitou as autoridades líbias e apelou ao apoio internacional.
O ciclone Daniel afecta desde o domingo (10/09) a costa nordeste da Líbia, onde se registaram precipitações superiores a 400 mililitros por hora, quantidade que não se registava há 40 anos, e ventos de 180 quilómetros por hora.