Prisão de eurodeputada catalã na Espanha reacende independetismo

Clara Ponsatí retornou à Catalunha após cinco anos de exílio e mesmo com condição de eurodeputada foi detida por ordem da justiça espanhola

O independentismo catalão, que parecia sepultado pelo Estado espanhol após o referendo realizado em 1º de outubro de 2017, com intervenção estatal na comunidade autônoma, prisões e processamento de líderes e repressão aos seus seguidores, reacendeu a chama. Isso após a prisão da eurodeputada Clara Ponsatí, na tarde desta terça-feira (28), em Barcelona, após ter retornado à capital catalã após quase seis anos de exílio. A detenção, que durou cinco horas, levou centenas de manifestantes diante da Cidade da Justiça e ascendeu os manifestos nas redes sociais.

Ponsatí regressou à Catalunha após a reforma do Código Penal, empreendida pelo governo de Pedro Sánchez (PSOE). No seu caso, a reforma permitiu que ela deixasse de ser processada por sedição e que fosse imputada apenas por desobediência no caso da tentiva frustrada de declaração de independência da Catalunha em outubro de 2017. O que não está penalizado com prisão e sim com inabilitação a cargos públicos e multas.  

Ponsatí foi presa por um agente dos Mossos d’Esquadra, a polícia catalã, após ter dado um entrevista coletiva no Colégio dos Jornalistas da Catalunha. A detenção ocorreu às 18h (13h no horário de Brasília), em frente à Catedral de Barcelona. No momento da detenção, Ponsatí mostrou a sua credencial de eurodeputada e perguntou ao policial se estava seguro que iria detê-la. A argumentação não surtiu efeito e ela foi levada ao complexo judiciário de Barcelona, chamado Cidade da Justiça. A detenção acendeu os alertas entre os independentistas, desmobilizados pela forte repressão do governo espanhol e pela subserviência do governo catalão a Madri, e levou centenas de manifestantes ao local.

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