Utradireitistas usam atentado de Berlim para fragilizar Merkel

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Um dos mais duros ataques a Merkel partiu do líder da ultradireita holandesa, Geert Wilders, que mostra na sua conta no Twitter uma imagen da líder alemã com as mãos manchadas de sangue

O atentado ocorrido em Belim, no qual 9 pessoas foram mortas e quase 50 feridas, está sendo usado como mote pelos ultradireitistas do partido Alternativa para Alemanha (AfD) contra a atual chanceler Angela Merkel e sua política de portas abertas aos refugiados. AfD espera entrar com força no parlamento alemão em 2017. As eleições serão realizadas dentro de dez meses.
“São os mortos de Merkel”, proclamou o eurodeputado da AfD, Marcus Pretzell, na noite do atentado em um comentario no Twitter. Ele se referia às vítimas atropeladas pelo caminhão que invadiu uma feira de produtos natalinos no centro da capital alemã.
“É um ataque contra nossas tradições cristãs”, disse em um comunicado no Facebook a líder da AfD, Frauke Petry, a mesma que sugeriu que a polícia disparasse na frontera contra os imigrantes que entrassem no país irregularmente.
Políticos de outros países também utilizaram as redes sociais para carregar contra Merkel. Um dos mais duros ataques partiu do líder da ultradireita holandesa, Geert Wilders, que mostra em em sua conta do Twitter uma imagen da líder alemã com as mãos manchadas de sangue.
“Eventos como estes serão o legado de Merkel”, tuitou em uma linha semelhante o líder de ultradireita da UKIP britânica, Nigel Farage.
Angela Merkel vive o atentado de Belim como o momento mais amargo da sua carreira política, não apenas pelo choque do atentado no coração da Alemanha, bem como pelo impacto que pode ter para seu futuro.
“O ataque remete as críticas em direção a Merkel, sua política de acolhida de refugiados e seu compromisso com as fronteiras abertas. E demonstra como ela está vulnerável com relação às eleições do ano que vem”, alertou a analista do Eurasia Group, Mujtaba Rahman, numa declaração recolhida pela agencia de notícias Reuters.
Merkel segue mostrando fortaleza em pesquisas coletadas antes dos atentado. Uma delas, publicada hoje (20), dá à coalisão da chanceler (CDU/CSU) 36% dos votos, diante de 22% dos socialdemocratas do SPD e 11% ao AfD. Enquete realizada pela revista ‘Stern’ indica que 50% dos alemães se mostram partidários de dar suporte a Merkel na reeleição.

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