Meio milhão de pessoas nas ruas de Barcelona contra terrorismo
Meio milhão de pessoas sai às ruas em Barcelona contra o terrorismo e em clamor pela paz. No ato, houve vaia ao rei Felipe VI, criticado por vender armas a países árabes que financiam grupos terroristas
Mais de 500 mil pessoas compareceram à manifestação “No tinc por” (Não tenho medo), em Barcelona, para clamar pela paz e em repúdio ao terrorismo. O rei Felipe VI, que compareceu ao ato junto com o primeiro ministro Mariano Rajoy, foi vaiado. O rechaço se deve ao comércio de armas da Espanha com países árabes, como a Arábia Saudita, muitos deles financiadores de terroristas do Estado Islâmico.
A manifestação, convocada pelo presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, e pela prefeita Ada Colau, rendeu homenagem às vítimas dos atentados de Barcelona e Cambrils, ocorridos há 9 dias. Nos ataques 16 pessoas foram mortas e mais de 100 ficaram feridas.
Muitos manifestantes carregavam cartazes com mensagens criticando o governo de Madri e o comércio bélico com países árabes. “Suas políticas são as nossas mortes”, dizia uma grande faixa logo atrás do monarca espanhol. Outros cartazes pediam: “Nós queremos paz, não armas” e “Felipe, quem quer paz não trafica armas”. Havia cartazes também direcionados a Mariano Rajoy com frases semelhantes.
A multidão seguiu do Passeig de Gràcia até a Praça Catalunha, onde foram lidas mensagens pela paz. Na linha de frente, além das autoridades, estavam profissionais que trabalharam no atendimento às vítimas e dos corpos policiais. Integrantes da comunidade muçulmana também participaram do ato.
Muita gente carregava rosas que foram depositadas nos carros da polícia estacionados nas proximidades. Foram frequentes os aplausos aos integrantes dos corpos policiais, elogiados pelo trabalho empreendido.
No mesmo horário, às 18h (13h em Brasília), foi realizado um ato semelhante em Ripoll, cidade onde viviam os jovens da célula terrorista responsável pelos ataques. Ali também houve participação da comunidade muçulmana, inclusive de parentes dos atacantes, que se manifestaram contra o terrorismo.