Sellia, a cidade italiana onde é “proibido morrer”

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Em Sellia 60% da população tem idade superior a 75 anos

Sellia, localizada na região sul da Calábria, virou destaque nos noticiários da Europa por ter aprovado, nesta semana, um decreto que proíbe os moradores de morrerem. Isso mesmo! A ideia do prefeito, Davide Zicchinella, é impedir o despovoamento da pequena cidade medieval onde 60% da população tem idade superior a 75 anos e amortizar os custos dos serviços de saúde.
A normativa entrou em vigor na última quarta-feira, 5 de agosto, estabelecendo a “proibição de morrer,” e convidando os compatriotas a “se preocuparem com sua saúde”, explicou Zicchinella em entrevista à Agência de Notícia Efe. “Não é piada, é algo muito sério. Porque Sellia, como muitas cidades no sul da Itália, sofre com o despovoamento”, defendeu o prefeito, pediatra de profissão.
PENALIZAÇAO – E como os cidadãos deverão cumprir a norma? O prefeito responde que criou “um sistema inteiro para cuidar da saúde dos nossos cidadãos”, com a abertura de um centro de saúde, um ambulatório onde são realizados exames e a criação de uma rede de transporte exclusiva para levar as pessoas ao hospital mais próximo à região de Catanzaro.
Aqueles que não se cuidarem ou mantiverem hábitos prejudiciais à saúde terão que pagar mais impostos, de acordo com Zicchinella. Segundo ele, a prefeitura “tem registros de quem faz ou não exames e consultas e negligenciam a saúde”. “Em uma cidade pequena todos devem cuidar de sua própria saúde, porque, além de ter um valor em si, tem um valor coletivo. Se uma cidade fica pequena, muito pequena, não pode continuar de pé”, acrescentou.
O prefeito defende suas políticas que, em sua opinião, estão posicionando o município na vanguarda em muitos aspectos. Ele ressaltou, por exemplo, que em 2010, quando tinha apenas um ano de mandato, Sellia foi a primeira localidade da Calábria a separar para reciclagem 73,6% dos seus resíduos, o que lhe valeu um prêmio da organização ambientalista Legambiente. E destacou também que, em 2011, foi uma das primeiras cidades do país a oferecer acesso gratuito à Internet a todos os residentes.
Na Itália, a idade média da população supera os 44 anos, segundo o Instituto de Estatísticas, com crescimento praticamente nulo da população, o que resulta numa grande taxa de envelhecimento.

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