Grécia ataca refugiados no Egeu com tiros, golpes de arpão e tentativa naufrágio

Vídeo publicado no Twitter pelo jornalista Mark Stone, correspondente da SkyNews, causou protesto pelas cenas de violência protagonizadas pela Guarda-costeira grega contra refugiados vindos da Turquia no Egeu

Um vídeo publicado no Twitter pelo jornalista Mark Stone, correspondente da SkyNews, causou protesto pelas cenas de violência protagonizadas pela Guarda-costeira da Marinha da Grécia contra refugiados. No vídeo, é possível ver os guarda-costas disparando tiros e investindo contra uma embarcação cheia de migrantes sírios. Os gregos, inclusive tentaram estourar o barco inflável com golpes de arpão, tentando obrigar os refugiados voltarem para águas turcas.


As imagens trouxeram à luz um problema que vem aumentando a cada dia depois que o governo turco abriu as fronteiras com a União Europeia, permitindo a passagem dos migrantes sírios que antes eram retidos em seu território. Ficou claro que os guarda-costas gregos comentam todo tipo de ilegalidade para evitar que cheguem mais embarcações de migrantes às ilhas do Mar Egeu.

O deputado do Parlamento da Catalunha, Ruben Wagensberg, reproduziu o vídeo com o seguinte comentário. “Sem palavras. Guarda-costas gregos tentando fazer naufragar e disparando tiros contra a embarcação de refugiados. Europa mata e o faz com vontade”, criticou o parlamentar que é um dos impulsores do movimento Volem Acollir (Queremos acolher), que defende a abertura dos portos europeus aos refugiados e é militante de direitos humanos.

  A deputada do Congresso espanhol, Maria Dantas, brasileira com militância em direitos humanos e trabalho com refugiados também denunciou a ação da Marinha grega. “Eles querem matar, eliminar, fazer desaparecer as pessoas migrantes. Tudo isso acontece na Europa. Direitos humanos, onde?”, questionou através das redes sociais reproduzindo o vídeo da agressão aos refugiados.

Hoje mesmo, a Guarda-costeira grega informou que uma criança morreu em um naufragio de uma embaracação que transportava cerca de 50 migrantes à ilha de Lesbos. Segundo autoridades locais, mais de mil migrantes chegaram às costas do egeu desde o domingo pela manhã. O primeiro-ministro ministre da Grécia, Kiriakos Mitsotakis, anunciou ontem que o país não vai aceitar petições de asilo durante um mês, coisa que implica na suspensão da Convenção de Genebra.


Em paralelo à posição do governo grego, organizações fascistas estão mobilizadas contra os refugiados, a quem tentam intimidar mandando que voltem à Turquia. O jornalista Hibai Arbide documentou estes dias algumas das aberrações dos grupos de extrema direita contra os migrantes em Lesbos e no campo de refugiados de Moria. Os fascistas chegaram a tocar fogo em um dos centros de recepção da ACNUR em Lesbos. Uma situação crítica que ainda carece de atenção não só da Europa, mas de todo o mundo.

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