Refugiados: Dinamarca debate imposto sobre a miséria

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Chegar à Dinamarca não é garantia de vida melhor para os refugiados, que poderão ser espoliados a partir de agora

Chegar ao destino pretendido não é garantia de vida melhor para os refugiados que entram na Europa. Que o digam aqueles solicitantes de asilo à Dinamarca, onde o governo vota nesta quarta-feira (13) no Parlamento uma lei que os obriga a entregar os pertences que levam como pagamento pela estadia. O governo dinamarquês confirmou que tem o apoio da maior parte dos deputados para aprovar a lei.
Com isso, quem tiver consigo mais de 1350 euros vai ter que entregar o dinheiro, bem como objetos de valor. Por conta disso, o governo da Dinamarca está sendo acusdo de estar tratando os refugiados da mesma forma que os nazistas aos judeus durante o Holocausto, ao recolher tudo que valor que eles tinham.
Há informações do governo de que está sendo estudada uma emenda à lei para excluir bens com valor sentimental e tidos como essenciais, a exemplo de relógios e alianças. “O governo, os sociais-democratas, o partido dos dinamarqueses, a Aliança Liberal e o partido conservador concordaram em corrigir a lei, tendo em conta os valores”, informou fonte do governo ao jornal The Guardian.
Os advogados dos refugiados indicam que existem aspectos ainda piores na lei. Que os obriga também a provarem que são indivíduos em perigo na Síria. Caso não consigam, o asilo político não lhes será concedido para além de um ano. No caso dos pais que chegam separados dos filhos, a reunificação só será possível depois de três anos de permanência na Dinamarca.
No início de janeiro, o gabinete da Nações Unidas (ONU) condenou a a proposta da lei que “será mais uma forma de espalhar o medo, a xenofobia e outras restrições em países que possam vir ser asilo para mais refugiados”.
O porta-voz do Governo dinamarquês, Marcus Knuth, reagiu às críticas que metem comparam as determinações da lei ao tratamento dado aos judeus pelos nazistas, classificando-as de “ridículas”. E emendou: “Estamos simplesmente aplicando as mesmas regras já cumpridas pelos cidadãos dinamarqueses que querem o dinheiro do governo.”

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