Diada da Catalunha na mirada internacional
O mundo voltou os olhos para a Catalunha no último domingo, 11 de setembro, quando milhares de catalães foram às ruas das cidades de Lleida, Salt, Berga, Tarragona e Girona para dizer que já estão preparados para a desconexão da Espanha. Meios de comunicação de mais de 50 países fizeram cobertura da Diada 2016, organizada pela Assembleia Nacional Catalã (ANC) e Òmnium Cultural, retratando o momento de efervescência política na região.
O Jornal do Commercio (JC), do Recife, esteve entre os jornais que publicaram matérias sobre o evento, que se tornou um dos assuntos mais comentados daquele dia nas redes sociais. Abaixo reproduzo o texto, assinado por mim, na edição do JC de 12 de setembro de 2016, na editoria de internacional. E na sequência a seleção de alguns links de matérias publicadas mundo afora.
Por Taíza Brito
Especial para o JC
BARCELONA – Os independentistas catalães demonstram que não estão dispostos a abrir mão do sonho de proclamar a república até o final de 2017. Em uma manifestação gigantesca realizada simultaneamente nas cidades de Lleida, Berga, Salt, Tarragona e Barcelona, gritaram em alto e bom som que a desconexão da Espanha é um caminho sem volta.
Organizado pela Assembleia Nacional Catalã (ANC) e Òmnium Cultural, entidades da sociedade civil, o protesto reproduziu a batida de um coração, que ecoou por todo o território. Os manifestantes carregavam um ponto amarelo, confeccionado em papelão, que simbolizava o lema “A ponto”.
Em cada local foi lido um trecho do manifesto que informa as prioridades da “nova república da Europa, que em breve fará parte das nações livres”. Na sequência, o público de cada cidade foi chamado a seguir a música e fazer a coreografia planejada. Depois disso, se uniram simultaneamente na dança.
Mais de 50 jornalistas de todo o mundo acompanharam a Diada 2016, realizada na data em que o Principado da Catalunha caiu diante das forças do exército do reino espanhol, em 1714.
Os presidentes da ANC, Jordi Sanchéz, e da Òmniun, Jordi Cuixart, destacaram que depois de hoje “ninguém deverá duvidar da vontade dos catalães de se tornar um povo livre”. “Não vamos desistir”, sentenciaram. Nas semanas anteriores ao ato se especulou muito se as duas entidades conseguiriam repetir o êxito das Diadas realizadas desde 2012, com participação média de 1,5 a 2 milhões de pessoas a cada edição.
Pelo que se viu neste domingo, a quinta edição não deixou a desejar. Pacífica e sem registro de incidentes, reuniu uma multidão de número equivalente, desta vez num ato descentralizado.
Sanchéz e Cuixart defenderam a realização de um referendum sobre a independência. “Não duvidem em nenhum momento de usar as urnas. Essa é uma linguagem que o mundo democrático entende e o melhor instrumento para manter esse país com um só povo”, declararam. O recado foi direcionado aos representantes dos partidos independentistas.
O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont (Juntos pelo Sim), que comanda o processo de desconexão da Espanha, participou do ato em Salt, onde há o maior coletivo de imigrantes da Catalunha. A presidente do Parlamento catalão, Carme Forcadell (da mesma coligação), esteve em Tarragona.
O governo da Espanha, que há nove meses funciona de forma interina pela falta de acordo em escolher o primeiro ministro depois de duas eleições gerais, está diante de um grande desafio.
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