Aumenta tensão entre Catalunha e Espanha por causa do idioma

Tarda Wert
Tardà (E) chamou o ministro Wert de ignorante e pessoa má por comparação com franquismo

Aumentou a  voltagem da tensão entre os defensores da independência da Catalunha e o governo de Madri esta semana. Tudo por conta de uma declaração dada pelo ministro da Educação da Espanha, José Ignacio Wert, durante sessão do parlamento espanhol, na última quarta-feira (13). Ele afirmou que a situação da língua castelhana nas escolas da Catalunha é semelhante à sofrida pelo idioma catalão durante a ditadura franquista.

Barbera
O deputado catalão Barberà questiona da tribuna a Wert: “O senhor acredita mesmo que vai acabar com o catalão?”

O ministro falou a jornalistas depois de ter sido questionado pelo deputado catalão Martí Barberà, do partido Convergência e União (CiU). Que perguntou da tribuna se Wert acreditava mesmo que iria conseguir acabar com o catalão, visto que nem uma ditadura repressiva como a de Franco conseguiu.

A fala de Wert provocou reações nas mais diversas, uma vez que durante a ditadura de Franco o catalão foi proibido e muitos dos que se arriscaram a defender o idioma à época foram presos, torturados ou mortos.

A reação a Wert no parlamento espanhol foi imediata, onde deputados catalães dispararam contra ele. “Tem que ser uma pessoa muito má, muito fanático, para ofender assim a milhares de pessoas que apanharam durante o franquismo por falar catalão. O senhor é um ignorante”, reagiu o deputado Joan Tardà, do partido Esquerda Republicana por Catalunha (ERC), da tribuna.

O presidente Artur Mas também não poupou Wert. “Não estamos dispostos a que aqueles que foram durante anos da história verdugos do catalão e da Catalunha agora se apresentem como vítimas”, espetou. E acresecntou: É uma incultura manifesta e em maiúscula  do ministro da Educação.

O ministro é acusado de ativar leis e ações judiciais para desestabilizar o modelo de educação da Catalunha. Na semana passada, Wert mandou reabrir as inscrições escolares nas escolas da comunidade autônoma, que haviam sido encerradas há um mês, para acrescer no formulário a opção de pleitear o ensino em castelhano.

Wert também pôs em marcha uma lei que obriga que 25% das aulas ministradas na Catalunha em castelhano. A imposição de Wert é rechaçada pelo governo da Catalunha e pelos defensores da independência. Populares também promoveram manifestações em Barcelona contra as declarações do ministro.

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