Parlamento da Dinamarca apela que Espanha dialogue com Catalunha pacificamente sobre independência

Dinamarca
Sete dos oito partidos com representação no Parlamento da Dinamarca apoiam diálogo pacífico sobre independência da Catalunha

O debate sobre o processo de independência da Catalunha vem mobilizando plateias significativas fora dos domínios da Espanha. Só este mês o tema foi discutido na Dinamarca, Uruguai e Argentina. O evento mais recente aconteceu no último dia 12, quando o Parlamento da Dinamarca (Folketing) tratou sobre “o direito de autodeterminação do povo catalão”.

Na sessão, com duração de 45 minutos, a maioria dos deputados mostrou-se favorável a aprovar uma resolução que apela a um “diálogo democrático e pacífico” entre Espanha e Catalunha. A resolução, que entrará em votação no próximo dia 19 de maio, foi apoiada por toda a câmara, com exceção do ultra direitista Partido Popular Dinamarquês, que é a terceira força parlamentar.

Sete dos oito partidos com representação na casa entraram em consenso sobre o seguinte texto: “O parlamento da Dinamarca toma nota da explicação do Governo sobre os aspectos jurídicos, históricos, políticos e internacionais vinculados à situação da Catalunha e faz sua opinião de que a questão da  independência de Catalunha é assunto de diálogo pacífico e democrático entre Catalunha e o Governo espanhol de Madri”.

A resolução foi comemorada pelos defensores da soberania catalã, visto que resultou do primeiro debate realizado por um parlamento europeu sobre o tema. E demonstra o interesse de uma democracia sólida e consolidada pela reivindicação da Catalunha em votar sobre a independência, o que vem sendo negado pelo primeiro ministro Mariano Rajoy.

Para Albert Royo, secretário geral do Conselho de Diplomacia Pública da Catalunha (Diplocat), “é que a decisão do parlamento dinamarquês desmente o suposto desinteresse de outros paíse pelo caso catalão, como dizem alguns, e mostra que não se limita a um assunto puramente interno espanhol”.

Uruguai
Processo soberanista também foi tema de debate em conferência no Uruguai

AMÉRICA LATINA – No último dia 8 de maio, o assunto ganhou voz no Parlamento do Uruguai, onde foi sediada a conferência “Catalunha: autodeterminação ou status quo?, organizada pelo Diplocat em colaboração com a Associação Catalã de Montevidéu.

No evento houve exposição de três palestrantes: Albert Royo, secretário geral do Diplocat; Josep Reniu, professor de Ciência Política e Administração da Universidade Autônoma de Barcelona e membro do Conselho Assessor para a Transição Nacional (CATN), além do jornalista uruguaio Waldemar García.

Royo falou que estava ali para estreitar os vínculos com a América Latina e explicar as aspirações da Catalunha. “Existe uma forma democrática de gestionar os conflitos territoriais: dar o voto à população afetada, como ocorreu na Escócia, em Quebec, Islândia e  Noruega”, disse.

Um dia antes, a Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires (UBA) acolheu conferência sobre o tema, também organizado pelo Diplocat. Na Argentina, os debatedores foram o jornalista Joan Biosca, o advogado Gustavo Capdevila, os professores da UBA Fabio Quetglas e luis Tonelli, além de Albert Royo . Este último destacou a importância da eleições previstas para 27 de setembro na Catalunha, como único caminho para consultar a população sobre seu futuro político. No pleito, caso obtenham a maioria das cadeiras do parlamento catalão, os partidos independentistas se comprometem proclamar a república e abrir um processo constituinte.

Os eventos em Montevidéu e Buenos Aires foram a parte do ciclo de conferências sobre o direito de decidir organizadas pelo Conselho de Diplomacia Pública da Catalunha em colaboração com universidades de todo o mundo. A primeira deste tipo foi realizada em Paris em junho de 2013, seguida de Londres, Sevilla, Uppsala, Toulouse, Lisboa, Utrecht, Santiago de Compostela, Oslo, Genebra, Reikiavik, Berlim, Roma, Viena, Madri, Princeton y Washington DC, nos Estados Unidos de América. A próxima conferência será em Praga, em junho.

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