Ministra sueca levanta polêmica com “deboche” a Trump
A vice-primeira ministra da Suécia e titular do Clima, a ecologista Isabella Lövin, causou controvérsia na última sexta-feira (03) com uma foto postada em sua conta no Twitter (@IsabellaLovin). A imagen, que viralizou, foi interpretada por muitos como um deboche ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Lövin aparece ladeada de sete de suas colaboradoras assinando decreto no qual a Suécia comprometeu-se a eliminar completamente as emissões de gases com efeito de estufa até 2045. Na ocasião, o governo liderado pelo social demócrata Stefan Löfven apelou a todos os países – incluindo os EUA – para “intensificarem e cumprirem o Acordo de Paris”.
O texto da postagem diz: “Acabo de assinar a nova lei sobre clima, comprometendo a todos os futuros governos a emissões limpas até 2045. Por um futuro mais seguro e melhor”. Ainda que não tenha feito nenhuma referencia a Trump, o gesto visto como uma resposta ao presidente norte-americano. Recentemente ele qualificou a mudança climática de uma farsa perpetrada pelos chineses, e há indicativos de que pretende não cumprir as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris.
A comparação a Trump porém se dá por outra foto publicada pelo presidente dos EUA na sua conta no Twitter, na qual aparece cercado apenas de homens quando assinava decreto que proíbe a destinação de recursos federais a grupos internacionais que proporcionam informações sobre abortos. A imagem causou numerosas críticas nas redes sociais pelo simbolismo machista.
As interpretações da mídia sueca fora variadas. “Deboche a Trump”, titulou a televião pública SVT na sua página web, enquanto o conservador Dagens Nyheter, principal jornal sueco, disse em sua edição digital que o governo “ria” do presidente dos EUA. Já o liberal Svenska Dagbladet, falou de “contra-ataque” de Lövin.
“Somos um governo feminista, se vê isso na foto. O resto depende da interpretação de cada um”, declarou a ministra em comunicado enviado a varios meios de comunicação. O governo, formado em 2014 por socialdemocratas e ecologistas, tem como bandeira o feminismo e é formado por igual número de homens e mulheres.
LEI – Independente do debate sobre a foto, a lei sueca é um exemplo para todo o mundo. A aprovação do texto, que deve acontecer em março, obrigará o governo a estabelecer metas mais rígidas para reduzir as emissões de combustíveis fósseis a cada quatro anos até a data límite de 2045. Os planos prevêem também uma redução de 70% das emissões no sector dos transportes nacionais até 2030.
O plano prevé ainda que as emissões domésticas sejam cortadas em pelo menos 85% e as emissões restantes sejam compensadas com o plantio de árvores ou por investimentos sustentáveis no exterior.