Justiça alemã mantém Puigdemont na prisão enquanto decide sobre extradição

Juiz de primeira instância decidiu manter presidente cessado da Catalunha sob custódia até que tribunal superior decide sesobre processo extradição

A esperada resolução sobre a situação do presidente cessado da Catalunha, Carles Puigdemont, que está detido no centro penitenciário de Neumünster, na Alemanha, só será conhecida nesta quarta-feira (27). Havia expectativa que o juiz do Tribunal Administrativo de Slevig-Holstein decidisse se lhe concedia liberdade, mas o magistrado decidiu amplair a prisão preventiva depois de ouvi-lo por quase três horas nesta segunda-feira (26).
A justificativa é de que a ouvida teve apenas o propósito de comprovar a identidade do líder catalão e outras formalidades processuais. O depoimento teve início às 15h30, no horário local, durou mais de três horas. A expectativa sobre aprisão de Puigdemont é grande não apenas na Catalunha, mas em vários países da Europa onde desde ontem políticos vêm fazendo declarações públicas em favor do líder catalão e apelando à Alemanha que não o extradite.
A decisão sobre a soltura ou não de Puigdemont ficará a cargo da Audiência Territorial de Slevig-Holstein, que se pronunciará a respeito de sua extradição enquanto tramita a euroordem de busca e captura emitida pelo Supremo Tribunal de Justiça da Espanha. Puigdemont é acusado de rebelião, sedição e malversação de fundos públicos por conta da proclamação da república na Catalunha em outubro passado.
Em sua conta do Twitter, o vice-presidente do Parlamento da Catalunha, Josep Costa, do mesmo grupo político de Puigdemont, informou que foi aberto um prazo de 48h para a decisão, que pode ser divulgada nesta terça-feira.
A partir de agora se abre o processo para decidir se a justiça alemã trâmita a euroordem de extradição. Para isso, haverá de avaliar se os delitos imputados a Puigdemont na Espanha têm um equivalente na Alemanha. Esse procedimento pode se alargar por até 60 dias.
O advogado de Puigdemont, Jaume Alonso-Cuevillas, disse que o mais lógico era que fosse permitido ao presidente cessado saísse em liberdade com medidas cautelares. Segundo ele, há medidas menos agressivas para controlar uma pessoa para evitar que fuja.
LIBERDADENa Bélgica, onde estão Toni Comín, Meritxel Serret e LLuís Puig, ex-auxiliares de governo de Puigdemont, que também estão com euroordens de busca e capturas ativadas, o Ministério Público resolveu deixá-los em liberdade enquanto tramita o mesmo processo. A argumentação é de que eles não oferecem risco de fuga.
Para o trâmite foram solicitadas mais informações à justiça espanhola através do sistema Eurojust. O Ministério Público belga explicou que o procedimento não é uma continuação do anterior, uma vez que o magistrado Pablo Llarena, que captaneia o processo contra os líderes catalães, havia revogado a euroordem anterior. De momento, nenhum dos ex-secretários foi convocado a depor, o que não está descartado numa fase posterior do trâmite.

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