Suspeitos de pertencer ao Estado Islâmico presos em Barcelona
Os Mossos d’Esquadra, como se chama a polícia da Catalunha, realizaram mais prisões nas província de Barcelona e Tarragona, de suspeitos de integrarem células terroristas ligadas ao Estado Islâmico, na madrugada desta quarta-feira, 8 de abril. Até o meio-dia, os informes da polícia divulgados pela imprensa local davam conta de onze pessoas detidas por ordem do juiz Santiago Pedraz, da Audiência Nacional de Madri, que cuida especialmente de casos de terrorismo.
As prisões acontecem a menos de uma semana da Conferência sobre Vecindad Sur, prevista para o próximo dia 13 de abril, em Barcelona, que reunirá ministros de assuntos exteriores da União Europeia. O grupo discutirá a crescente ameaça jihadista no continente, bem como ouvirá opiniões e reivindicações de representantes da Argélia, Marrocos, Túnis, Israel, Palestina, Líbano, Jordânia i Egito sobre jihadismo e imigração irregular.
As equipes policiais foram espalhadas nas cidades de Barcelona, Sabadell, Valls, Sant Quirze del Vallès i Terrassa, todas na Catalunha.
Segundo o jornal La Vanguardia, a ação deflagrada hoje foi originada de uma investigação iniciada há um ano, e que efetuou as primeiras prisões em dezembro passado. Naquela ocasião foram presas três pessoas, entre eles um brasileiro convertido ao islamismo, que viviam em Monistrol de Montserrat, próximo a Barcelona. Os suspeitos tentavam chegar à Síria, a partir da Búlgária. Os outros dois presos naquela operação eram marroquinos.
A polícia acredita que os detidos na operação de hoje podem dar muita informação sobre os grupos que estariam atuando na Catalunha, recrutando e enviando ativistas às zonas de conflito no Oriente Médio.
Participam da operação 360 agentes, entre eles grupos de elite dos Mossos D’Esquadra e o Grupo Especial de Intervención (GEI), equipes antidistúrbios e a Brigada Móvil (Brimo).
Segundo cálculos divulgados pela agência de notícias EFE, este ano já foram presas trinta pessoas na Espanha por suspeita de relação com o terrorismo jihadista. A operação mais recente, ocorrida em 13 de março, também efetuou prisões na Catalunha, em Barcelona e Girona. Naquela data também houve detenções em Ciudad Real e Ávila. Todos os presos eeram espanhóis de origem marroquina.
As primeiras prisões do anos foram feitas em Ceuta, em 24 de janeiro, quando foram detidos dois casais de nacionalidade espanhola e origem marroquina que estariam dispostos a cometer um atentado e imolarem-se, segundo a polícia.
Um mês depois, em 24 de fevereiro, a Guardia Civil, a polícia espanhola, deteve quatro pessoas em Melilla e outras duas na Catalunha, desarticulando mais uma rede de recrutamento para o Estado Islâmico. No dia 7 de março, a Guarda Civil, deteve, no Aeroporto de Barcelona, uma marroquina, residente na Espanha, que pretendia viajar à Síria, com seu filho de 3 anos para unir-se ao EI.
Três dias depois desta operação, a polícia prendeu mais duas pessoas e neutralizou em Ceuta uma célula jihadista que estaria preparada para cometer atentados. Um casal marroquino e seus dois filhos gêmeos de 16 anos também foram detidos em 31 de março, em Badalona, vizinha a Barcelona, por sua suposta vinculação com uma rede de envio de jihadistas à Síria.