Catalunha cobra efetivação da república em atos que relembram referendo de 1º de outubro

Atos em defesa da república, pela libertação dos líderes presos e volta dos exilados se espalharam pelo território catalão desde as primeiras horas para marcar um ano do referendo pela independência

Manifestação na Praça Catalunha reivindica efetivação do mandato popular expressado em 1 de outubro de 2017

 Um ano após o referendo de 1º de outubro, o movimento independentista segue mobilizado na Catalunha. Mostras disso foram dadas hoje por populares que participaram de manifestações diversas por todo o território catalão desde as primeiras horas da manhã para marcar a data. Um dos mais multitudinários ocorreu na Praça Catalunha, onde aproximadamente 180 mil pessoas se concentraram no final da tarde, de onde seguiram em passeata até o Parlamento, no Parque de Ciutadella.

Os protestos tiveram início no começo da manhã. Às 7h30, cerca de 400 pessoas cortaram as vias do trem de alta velocidade em Girona. Neste mesmo horário, já havia gente concentrada na frente da sede de Foment del Treball, principal entidade patronal da Catalunha, situada na Via Laietana, em Barcelona, atendendo ao chamado dos Comitês de Defesa da República (CDRs).Neste horário também tiveram início piquetes nas rodovias, com corte do tráfego em vários trechos da AP-7, que atravessa boa parte da geografia catalã e em estradas em várias regiões. Um dos protestos que mais chamou atenção foi protagonizado por idosos que cortaram a estrada C-59, em Estany. Sentados em suas cadeiras de rodas, ocuparam as duas faixas as estrada.

O trânsito foi fechado também em alguns pontos da capital catalã, como na altura do Portal d’Àngel, na Via Laietana e em Aragó. Às 8h da manhã já havia marcha de manifestantes na altura do passeio de Gràcia e Gran Via, também convocada pelos CDRs. Foram registrados protestos diante do Banco Espanha, da Delegação da Fazenda Pública e de diversas empresas sediadas em Barcelona ligadas ao chamado IBEX, o clube das sociedades mais ricas no país. Em Girona, membros dos CDRs entraram na delegação da Generalitat e retiraram a bandeira da Espanha, que foi substituída por uma estelada, a bandeira independentista.   

Por volta das 10h30 começou a concentração convocada pelos estudantes no centro de Barcelona, que pouco a pouco foram bloqueando as principais vias da área central da cidade. Ao meio-dia, trabalhadores de várias empresas fizeram uma parada de 20 minutos para protestar contra a repressão empregada pelo estado durante o referendo.

Neste horário já era grande o número de manifestantes na Praça Universidade, de onde os estudantes seguiram em passeata em direção à Praça Sant Jaume, onde fica a sede do governo catalão. No local foram recepcionados pelo presidente da Generalitat, Quim Torra. Marchas semelhantes tomaram conta das ruas de Lleida, Girona e de muitas outras cidades, enquanto estudantes de acorrentaram diante da sede da Bolsa de valores, em Barcelona.

Às 18h30, milhares de pessoas atenderam à convocatória da Plataforma 1º de outubro, que planejou uma caminhada da Praça Catalunha até a sede do Parlamento. Na concentração, os manifestantes defendiam o direito à autodeterminação, exigiam a implementação da república proclamada em 27 de setembro de 2017 e a libertação dos líderes presos e a volta dos exilados.

Exemplares das urnas utilizadas no referendo foram levadas até a Praça Catalunha, sendo levadas na passeata no cordão de frente. A marcha passou pela Praça Urquinaona e pelo Arco do Triunfo, onde mais gente se somou à manifestação. Muitos se detiveram na Via Laietana, que ficou cheia de ponta a ponta. No ato realizado na frente do parlamento catalão, compareceram o presidente Quim Torra, e o presidente do legislativo, Roger Torrent.

Urnas foram levadas para protesto no centro de Barcelona para relembrar que o sim à independência foi vitorioso no 1 de outubro

Em comunicado publicado em vídeo no Youtube, o ex-presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, exilado na Bélgica, ressaltou que se passou um ano e todos podem olhar um nos olhos dos outros. “Poderemos explicar a nossos filhos e netos o que fizemos no 1º de outubro. Os que nos espancaram não poderão fazer isso, porque ninguém vai entender porque utilizaram a força e a violência para impedir que as pessoas pudessem se expressar de maneira pacífica.  

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