Catalães vão a Madri defender autodeterminação e protestar contra julgamento de líderes independentistas

Iniciativa de entidades soberanistas, partidos políticos e associações da sociedade civil também prevê série de mobilizações na Catalunha por conta do inicio do julgamento de políticos e ativistas catalães

Representantes de partidos políticos e de entidades soberanistas e da sociedade civil apresentaram em Barcelona calendário de atos contra julgamento dos líderes independentistas

Entidades soberanistas, partidos políticos e diversas organizações da sociedade civil convocaram uma série de mobilizações para denunciar o julgamento dos líderes independentistas catalães, previsto para iniciar no próximo dia 12 de fevereiro, em Madri. Os atos objetivam defender os direitos civis e denunciar que a autodeterminação não é um delito. Além das manifestações previstas na Catalunha, há um evento marcado para 16 de março, no centro de Madri, numa iniciativa inédita por poarte dos independentistas.   

“Convocamos a sociedade à mobilitzar-se massivamente diante de um julgamento político que tenta criminalitzar o direito de autodeterminação”, diz um dos trechos do manifesto lido pelo jornalista Martí Anglada. O documento remarca a “excepcionalidade do momento” para manifestar-se com a “Madri solidária”. O anúncio do cronograma de mobilização foi feito na manhã desta quinta-feira (07), no Palau Robert, em Barcelona, diante de jornalistas locais e correspondentes internacionais.

Sentarão no banco dos réus o o ex-vice-presidente Oriol Junqueras; a ex-presidente do Parlamento, Carme Forcadell; os deputados Raül Romeva, Jordi Turull, Josep Rull e Jordi Sànchez; os ex-secretários Joaquim Forn e Dolors Bassa, e o ativista Jordi Cuixart, presidente da Òmnium Cultural. Eles são acusados de rebelião, sedição e malversação de fundos públicos por conta da realização do referendo de autodeterminação da Catalunha e posterior declaração de independència, em outubro de 2017.

A primeira mobilização está marcada para 12 de fevereiro, quando começa o julgamento, às 12h, com uma parada simbólica de dez minutos diantes das sedes de trabalho em toda Catalunha. Na noite do mesmo dia haverá manifestações no inicio da noite em Barcelona, Tarragona, Lleida, Girona e Tortosa.  

No sábado, 16 de fevereiro, está prevista uma manifestação massiva na Gran Via de Barcelona, com inicio às 17h. A marcha, que seguirá da Praça Espanha até a Praça Universidade, será o prelúdio da greve geral convocada para dia 21 do mesmo mês pela Intersindical-CSC contra o julgamento dos líderes independentistas.

A historiadora Anna Sallés, que foi uma das encarregades de ler parte do manifesto, destacou que este será “um dos julgamentos mais importantes das últimes dècades e provavelmente o maior desde a ditadura de Franco em uma causa geral contra o independentismo”.

“Tomamos a palabra em defesa da democracia”, seguiu o ex-deputado da CUP, David Fernández, que frisou que “o julgamento não é apenas contra algumas pessoas, mas contra o povo catalão”. “Um referendo não está fora da lei e não é um delito e nem um referendo de autodeterminação se pode julgar ou condenar”, acrescentou o ativista.

Entre as entidades e partidos que assinam o manifestro està a Assembleia Nacional Catalã (ANC), Òmnium Cultural, os partidos JxCat, ERC e CUP, além de organizações sociais, sindicais e políticas.

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