“Arrancaram minha alma”, diz mãe de Jean Charles sobre morte do filho em Londres
A morte de Jean Charles de Menezes, brasileiro assassinado por engano pela polícia britânica após os atentados de Londres em 2005, completa dez anos hoje, 22 de julho de 2015. Dia em que o caso volta a estampar manchetes em todo mundo, como a reportagem da BBC Brasil (leia aqui), que esteve na casa da família Menezes, em Gonzaga, cidade de 5 mil habitantes no interior de Minas Gerais.
Entre os depoimentos colhidos, o da mãe de Jean Carlos, Maria de Menezes, é um dos mais comoventes. À reportagem da BBC Brasil, ela perguntou: “Você acredita que eu ainda tenho futuro?”, para emendar com uma afirmação cortante sobre sua condição: “Eles arrancaram a minha alma”.
Em 22 de julho de 2005, Jean Carlos, que tinha 27 anos, saiu de casa para consertar um alarme de incêndio quebrado. Nunca mais voltou. Foi morto na estação de metrô de Stockwell, no sul de Londres, por policiais à paisana.
Na tentativa para responsabilizar o governo britânico e processar os policiais envolvidos na tragédia, os familiares estão agora recorrendo novamente à Corte Europeia de Direitos Humanos, em Estrasburgo, na França.
O que não cessa a dor de Maria de Menezes. Que queria simplesmente ter o filho a seu lado.