Rei da Espanha vê postura “irredutível” de Mas sobre independência da Catalunha
Os passos dados nos últimos dias por políticos e entidades soberanistas com vistas proclamar a república da Catalunha estão preocupando o governo e a monarquia da Espanha. Depois do primeiro-ministro Mariano Rajoy, que em entrevista recente disse que “não haverá independência”, agora quem se pronunciou foi o rei Felipe VI.
As declarações do monarca foram publicizadas nesta quarta-feira, 22 de julho, pelo presidente da região da Cantábria, Miguel Ángel Revilla, que esteve em audiência com ele no Palácio Zarzuela, em Madri. E já estampam manchetes nos principais jornais espanhóis.
Segundo Revilla, o rei comentou que vê como “irredutível” a postura do presidente da Catalunha, Artus Mas, um dos principais atores políticos do processo soberanista. Mas, que esteve nesta semana em audiência com Felipe VI, é um dos integrantes da chapa que concorrerá às eleições de 27 de setembro (27-S), na qual pretende-se conseguir apoio dos catalães para declaração da independência.
A lista é encabeçada pelo ex-eurodeputado Raül Romeva, com apoio do partido de Mas (CDC) e de ERC, representada na chapa pelo líder da sigla Oriol Junqueras, tendo os dois como ocupantes da quarta e quinta vagas, respectivamente.
Na audiência com o rei, o presidente da Cantabria conversou sobre a “necessidade de convencer os catalães de que é conveniente rechaçar nas urnas a loucura promovida por Artur Mas”. “O rei está muito preocupado com o que está passando na Espanha”, declarou Revilla na saída da reunião.
Na conversa com jornalistas, Revilla disse que o rei contou como foi a conversa de uma hora e meia que teve com Mas na semana passada. “Dom Felipe afirmou que com esse senhor Mas não há acordo possível e vamos direto ao precipício”.
E continuou: “Mais além do sentimental dos que dizem ‘sou una nação, sou independente, viva a Catalunha’, há consequências tremendas para os catalães e para todos os espanhóis, o que até agora não foi explicado pelos grandes partidos (que conduzem o processo)”.
“Que loucura é esta, que voo para a frente é a o deste senhor, este personagem que leva a uma situação complicada a uma terra que é vanguarda na Espanha em tudo?”, insistiu Revilla, ao reiterar sua posição de que é preciso aclarar aos votantes catalães que não lhes convém embarcar em uma aventura na qual seus promotores não reconhecem qual será o “dia depois”.