Sánchez dissolve Congresso e Senado e convoca novas eleições na Espanha
Primeiro-ministro espanhol decidiu encerrar legislatura após não conseguir aprovar o orçamento. Eleições gerais acontecem em 28 de abril
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez (PSOE), decidiu dissolver as Cortes Gerais – Congresso dos Deputados e Senado – e convocar novas eleições para o próximo dia 28 de abril. A convocatória acontece oito meses após chegar ao cargo através de uma moção de censura através da qual arrebatou o cargo de Mariano Rajoy, do Patido Popular (PP). Os independentistas catalães, chaves para elevar Sánchez ao poder, também foram decisivos para o final da legislatura, uma vez que negaram seus votos à aprovação do orçamento que foi a plenário esta semana, somando-se aos dos deputados do PP e de Cidadãos.
O não ao orçamento dos deputados de Esquerda Republicana (ERC) e do PDeCAT, cujos líderes políticos começaram a ser julgados esta semana pela declaração de independência da Catalunha em outubro de 2017, se deveu ao fato do primeiro-ministro se negar a a discutir o direito de autodeterminação. O fato de anunciar uma mesa de diálogo colocou em polvorosa os partidos de direita (PP e Cidadaãos) e extrema direita (Vox), que foram às ruas no último domingo protestar contra o governo de Sánchez, que resolver fechar o diálogo com os catalães.
“Um governo tem a obrigação de cumprir com sua tarefa: aprovar leis, governar, avançar. Quando alguns partidos bloqueiam a tomada de decisões é necessário convocar eleições”, disse em pronunciamento oficial no Palácio da Moncloa. No discurso, criticou a “crispação” e defendeu o diálogo com os independentistas “sempre dentro da cosntituição”.
Sánchez criticou o PP e Cidadãos, a quem classificou de insolidários. “O anterior governo sempre teve a lealdade do PSOE (para as questões de estado). Uma lealdade que a direita conservadora não teve com esse governo se negando a aprovar leis para melhoria da vida dos espanhóis”, espetou. Além disso, remarcou que os partidos de direita se dedicam a “perpetuar a a crispar a crise política na Catalunha”. “Entre continuar sem fazer nada e dar voz aos espanhóis, escolho esta segunda opção”, frisou.
Sánchez poderia ter optado por prorrogar as contas aprovadas por Rajoy e continuar governando até 2020. Contudo aposta todas suas fichas nas urnas, das quais pode obter uma consagração para um novo mandato ou colocar um ponto final ao seu governo com a ascensão dos partidos do PP, Cidadãos e de (Vox).
As eleições gerais, nas quais os espanhóis votam em deputados e senadores, serão celebradas um mês antes dos pleitos autonômicos, municipais e europeus, marcados para maio. A votação acontecerá em meio ao julgamento dos independentistes catalães, processo que tem chamado a atenção política e mediàtica de toda europa e levado a questionamentos sobre a qualidade democràtica da Espanha.