Greve geral na Catalunha contra julgamento dos líderes independentistas
Mobilização, apontada como a segunda com maior adesão nos últimos dez anos, paralisou atividades em todo território, culminando com protestos nas ruas
O dia foi de mobilização em toda Catalunha em atendimento à convocatória de greve feita pela Intersindical, com apoio de entidades soberanistas e partidos políticos, contra o julgamento dos líderes catalães presos sob a acusação de rebelião e para denunciar a vulneração de direitos sociais dos cidadãos. Manifestações de rua aconteceram em Barcelona, Tarragona, Lleida, Girona e Tortosa, sendo precedidas por atos de protestos em várias partes do território. Enquanto isso, em Madri, transcorria a terceira sessão de depoimentos da semana, com a ouvida do ex-secretário Santi Vila e do ex-presidente da Assembleia Nacional Catalã, Jordi Sànchez. Os interrogatórios serão retomados na próxima terça-feira (26).
Durante a jornada na Catalunha houve redução da oferta de transporte público, fechamento do comércio, piquetes em rodovias e em grandes avenidas. A paralisação foi considerada segunda mais importante dos últimos dez anos, ficando atrás apenas da greve geral realizada em 3 de outubro de 2017 para protestar contra a violência policial empregada contra os eleitores que foram votar no referendo de autodeterminação.
O corte do trânsito nas estradas começou ainda de madrugada em diversos pontos do território. Em muitos lugares houve queima de pneus e barricadas para bloquear a passagem, gerando engarrafamentos quilométricos.
Na capital catalã, grupos comandados pelos Comitês de Defesa da República (CDRs) realizaram cortes no tráfego em grandes avenidas, como a Gran Via e a Diagonal. Houve piquetes também no porto e em estações de trens.
Desde o meio-dia, muitas pessoas já convergiam para a Praça Universidade, no centro de Barcelona, de onde depois se dirigiram para o Passeio de Gràcia, saindo em passeata no início da noite até o cruzamento entre a Gran Via. Mobilizações semelhantes se multiplicaram em diversas cidades. No interior, se registrou carreata de tratores, com a adesão de agricultores à paralisação.
Os lemas da manifestação foram “Sem direitos não há liberdades” e “Tombemos o regime”, focando na luta pela democracia. Estivadores e taxistas se somaram a trabalhadores de diversas categorias que engrossaram a passeata em Barcelona.