Degolar uma pessoa, filmar execução e divulgar na internet estava entre planos de grupo preso em Barcelona
Acusados de terrorismo também planejavam atacar Parlamento da Catalunha, Comissaria de Polícia, uma livraria judaica e sequestrar diretor de uma entidade bancária, afirmam investigadores
Após colher depoimentos e analisar o material apreendido na ação que culminou com a prisão de acusados de pertencer a uma célula terrorista ligada ao Estado Islâmico, a polícia espanhola divulgou nesta sexta-feira, 10, quais seriam os planos do grupo. Uma das ações planejadas seria degolar uma pessoa vestida com um macacão laranja, gravar assassinato e difundir vídeo na internet. Isso seria para provar que é possível realizar execuções com a marca do Estado Islâmico em território espanhol.
Os investigadores também afirmam que o grupo estudava atacar a sede do Parlamento da Catalunha, delegacias, atentar contra uma livraria judaica e sequestrar um diretor de entidade bancária com vistas a obter recursos para financiar mais ações.
O grupo já teria um nome, Fraternidad Islâmica, para predicar a Jihad, e havia confeccionado um logotipo, usando desenhos de uma metralhadora e um facão. Os integrantes também estariam se estruturando para recrutar e doutrinar potenciais terroristas para enviá-los ao Estado Islâmico.
A polícia aponta como líder do grupo Antonio Sáez, conhecido como “Alí el peluquero”, detido na cidade Sabadell, vizinha a Barcelona. Ele seria o responsável pelas tarefas de doutrinação. Em uma das gravações das conversas de reuniões do grupo, Sáez teria dito que este a ponto de atacar uma livraria judaica em Barcelona, chamada La Pedra, junto com um amigo pertencente a um grupo neonazista chamado Diego José Frías, que está preso.
Com os presos foram encontradas uma granada, substâncias químicas para fabricação de explosivos, facas, facões, armas de fogo e munição, além de anotações de como se produzir bombas com os produtos que dispunham. também fotografias do Parlamento da Catalunha, da Comissaria Geral dos Mossos d’Esquadra e de um importante hotel no centro de Barcelona, além de outros edifícios públicos e privados.
As investigações que levaram ao grupo foram iniciadas há um ano pelo Mossos d’Esquadra, a polícia catalã, que já havia prendido três suspeitos em dezembro passado, entre eles um brasileiro, que tentavam embarcar para a Síria a partir da Bulgária.
O juiz do processo de acusação, Santiago Pedraz, decretou prisão incondicional para sete dos dez detidos e o juiz de Menores José Luis Castro ordenou o ingresso do jovem de 17 anos preso com um grupo em um centro de reforma durante seis meses.
Os outros três detidos serão liberados, sob a condição de apresentarem-se regularmente à polícia, visto que estariam apenas colaborando com um grupo cedendo espaço para guardar material.