Mal dia para o Rei da Espanha
Esta segunda-feira (11) não foi fácil para o Rei da Espanha, Felipe VI. Enfrentou o foco negativo da imprensa duas vezes. Primeiro por sua irmã, a infanta Cristina de Borbón, ter sentado no banco dos réus sob acusação de colaborar com delitos fiscais. Depois, por se negar a receber em audiência a presidenta do Parlamento da Catalunha, Carme Forcadell. Ela iria a Madri informar ao monarca, como é de praxe, da eleição do novo presidente do executivo catalão, Carles Puigdemont, solicitando sua nomeação oficial. Diante da negativa da Casa Real, o comunicado foi feito por e-mail.
Interpreta-se que o monarca tenha se esquivado de cumprir o gesto tradicional por conta das pretensões do novo governo catalão de se separar da Espanha dentro de 18 meses. E assim evitar fotos junto da uma das personagens mais emblemáticas do movimento independentista. Forcadell dirigiu a Assembleia Nacional Catalã (ANC), ONG responsável pelas mobilizações multitudinárias em prol da autodeterminação catalã, e agora é deputada.
DESVIO DE RECURSOS
Suspeita de cooperar com crimes tributários supostamente cometidos pelo seu marido, Iñaki Urdangarin, a irmã do rei compareceu a uma audiência da Justiça espanhola, realizada em Palma de Mallorca, nas Ilhas Balkeares. Ex-jogador de handebol e durante anos e nominado como “genro perfeito” do então rei Juan Carlos, Urdangarin é acusado de desviar mais de US$ 6,6 milhões (R$ 1,65 bilhão)de dinheiro público, pago a uma empresa que dirigia, a Nóos. Que oficialmente era uma organização sem fins lucrativos destinada à promoção do desporto na Espanha.
Cristina de Borbón aparece envolvida através da Aizoon, empresa de propriedade dela e do marido, através da qual verbas desviadas pela Nóos entravam no patrimônio familiar, servindo para pagar contas domésticas. Este esquema teria resultado numa fraude fiscal de desvio de 337,1 mil euros nos anos de 2007-08. A defesa da irmã do rei solicitou ao tribunal que ela seja isentada da acusação de crime fiscal argumentando que a única parte acusadora, o sindicato Mãos Limpas, não está legitimado para colocá-la no banco dos réus.