Eleições sem vencedores na Espanha. Chave do desbloqueio com independentistas
Sem votos suficientes para serem investidos no governo da Espanha, Pedro Sánchez (PSOE) e Alberto Feijóo (PP) veem a chave da investidura parar nas mãos dos “inimigos independentistas catalães”
A extrema direita não conseguiu chegar ao poder na Espanha como previa a maioria das pesquisas de opinião antes da votação do último domingo, 23 de julho. O partido Vox perdeu 19 deputados em comparação ao pleito de 2019, conseguindo 33 cadeiras no Parlamento, enquanto o Partido Popular (PP), de direita, conseguiu menos acentos do que esperava, 136. Juntos, os dois partidos somam 169 cadeiras, aquém das 176 necessárias para eleger o primeiro-ministro.
Por outro lado, Pedro Sánchez, atual primeiro ministro da Espanha, do Partido Socialista Obrero Espanhol (PSOE), obteve 122 cadeiras e mesmo com o apoio de partidos esquedistas das diversas comunidades autônomas tampouco chega à maioria necessária. A particularidade destes resultados é que o desbloqueio da investidura depende de um dos “inimigos da Espanha”, o ex-presidente da Catalunha, Carles Puigdemont.
Junts per Catalunya, partido do agora eurodeputado Carles Puigdemont, exilado na Bélgica, que obteve 7 cadeiras no Congresso espanhol, ironicamente detém a chave da governabilidade na Espanha. A cabeça da chapa de Junts, Mirian Nogueira, já declarou que não facilitará a investidura de Sánchez a troco de nada. E um dia após um pleito cheio de icógnitas Sánchez tampoco parece disposto a negociar com os independentistas.
O que passará se os partidos não forem capazes de chegar a um acordo para investir um presidente depois deste 23J?
► O presidente do Congresso comunica aos reis quais as formações que obtiveram representação parlamentar.
► O monarca convoca os representantes dos partidos a uma roda de consultas com o objetivo de propor um candidato à investidura.
► Uma vez o rei faz a proposta, o presidente ou a presidenta do Congresso de Deputados convoca o pleno de investidura.
Investidura Falida: dois meses para convocar novas eleições
É quando há uma primeira votação de investimento falida que começa a correr o relógio. O candidato à vaga ainda tem a opção de obter uma maioria simples em uma segunda votação. Se não for assim, outro candidato pode conseguir a maioria, ou pode ocorrer uma repetição eleitoral.
Se passou dois meses desta primeira votação e ainda não há candidato que tenha obtido os votos necessários para ser investido, o rei firma o decreto de dissolução de cortes gerais e convoca novas eleições que terminam no prazo de dois meses.