Grã-Bretanha vai às urnas dividida sobre o “Brexit”

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A população da irá às urnas na próxima quinta-feira (23) decidir se a Grã-Betanha continua ou não na União Europeia. A campanha eleitoral foi retomada ontem (20) após um hiato de três dias em respeito pela morte da deputada trabalhista inglesa, Jo Cox. Ela foi morta a tiros e várias facadas, na quinta-feira passada, por Thomas Mair, pertencente a um grupo de extrema-direita, partidário do “Brexit”.
O assassinato de Cox, uma mãe de 41 anos que deixou dois filhos pequenos, chocou o Reino Unido e levantou questões sobre o tom da campanha. Duas sondagens indicam que o lado do “sair” perdeu ímpeto, com o eleitorado mais dividido que nunca. As consultas divulgadas na semana passada davam até sete pontos de vantagem para a saída, mas as recentes pesquisas colocam o “sair” apenas dois pontos à frente do “ficar”, com cerca de 9% dos entrevistados indecisos sobre o voto.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que lidera a campanha para “ficar” na UE, enfatizou ontem que o referendo do dia 23 pressupõe uma “escolha existencial”. Num artigo que assinou no “Sunday Telegraph”, apelou aos eleitores para que pesassem realmente os prós e os contras da sua decisão, recordando o enorme impacto econômico que deixar o bloco dos 28 países irá representar.
“Enfrentamos uma escolha existencial na quinta-feira. Assim, faça a si mesmo esta pergunta: será que já ouvi algum argumento – um só que fosse – que me garantisse que a saída será a melhor via para a segurança econômica da minha família?”, escreveu o líder conservador.
Ontem, um dos principais rostos do “sair”, Nigel Farage, reagiu pela primeira vez às sondagens que estabelecem um empate entre os dois lados. O líder do partido nacionalista e xenófobo UKIP, ao ser questionado num programa televisivo se o seu discurso poderá ter estimulado o sentimento de ódio e violência entre as pessoas, disse que é uma das vítimas do discurso negativo que tem marcado o tom da campanha. Segundo ele, a campanha pelo “sair” apenas quer “recuperar o controle do país” e ter “uma política de imigração responsável”.
Estas declarações surgem num momento em que um cartaz do UKIP tem gerado polêmica e recebido críticas até de outros partidários do “sair” que não se espelham na retórica dos nacionalistas. O cartaz usa uma fotografia de uma imensa fila de refugiados a tentar entrar na Europa e, em letras garrafais: “Ponto de ruptura: a UE falhou com todos nós.”

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