O terrorismo que mata o turismo

Turquia atentado JUN16
Cena de dor esta semana no principal aeroporto de Istambul, onde terroristas se suicidaram com explosivos, matando 41 pessoas e ferindo 200

O setor do turismo é um dos mais fragilizados nos países alvos de ações terroristas, como aconteceu terça-feira (28), na Turquia, quando 41 pessoas morreram e 200 ficaram feridas no triplo ataque suicida ao principal aeroporto de Istambul. Só este ano o país soma cinco atentados da mesma natureza. Em maio, o Ministério do Turismo turco já contabilizava queda de 35% no número de turistas estrangeiros, o que representa cerca de 2,5 milhões de visitantes.
A fuga de turistas complica a realidade do país, que tem no setor do turismo uma das suas principais fontes de rendimento. O mesmo está acontecendo na França, que alvo de terroristas em janeiro e novembro do ano passado. Além da queda no número de entrada de turistas, o impacto também atingiu o mercado financeiro, com seguidas baixas nos índices de companhias aéreas, hotéis e cadeias de restaurantes.
O cenário atual em Paris, por exemplo, é de baixa ocupação hoteleira e de restaurantes que viram melhores dias e mais turistas. Em abril, a taxa de ocupação caiu 11 pontos, chegando a atingir os 70%, em comparação com 81,4% do ano anterior. Como forma de atrair mais turistas, os hotéis baixaram os preços. Mesmo assim, o indicador RevPar registrou uma queda de quase 20% no faturamento.
De acordo com um estudo da agência especializada Forward-Keys, publicado em março, o número de visitantes estrangeiros na França registou uma queda de 22% em relação a 2015.
Os efeitos negativos na economia em países marcados por ataques são impactantes. Bali, onde foram registradas ações em 2002, na praia de Kuta, com morte a 202 pessoas, e outro no mesmo local em 2005, com duas dezenas de mortos, registrou quedas drásticas nas receitas com o turismo. Das quais ainda hoje tenta se recuperar.
Os efeitos se propagam em larga escala na economia, segundo especialistas, porque além dos prejuízos imediatos, consequência da destruição, há cancelamento de investimentos e consequente impacto no mercado de trabalho.
Para além da economia, atos violentos como os perpetrados na Turquia, Paris ou Bali atentam contra valores que a civilização ocidental já tem como adquiridos, como a possibilidade de circular em segurança, ou seja, o direito a viajar. Sem isso, se perdem valores ainda mais caros, como humanidade, tolerância e a aproximação de pessoas e de culturas diferentes, que movem o turismo. O que é lamentável.

2 thoughts on “O terrorismo que mata o turismo

  • 25 de outubro de 2016 em 20:44
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    Gostaria de expressar meu muito obrigado para o autor desse artigo, tive a felicidade de encontrar esse site navegando na internet obrigado! Att Luiz Carlos Casante

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