Já ouviu falar em bebê-medicamento? Com essa técnica, casal português tenta salvar filha com leucemia
A notícia foi divulgada pelo jornal Público (leia aqui a íntegra da matéria), de Portugal, nesta quinta-feira (30), com a manchete “Autorizado primeiro “bebê-medicamento” em Portugal”. A autorização dada pelo Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) a um casal que tem uma filha de 5 anos com leucemia. O objetivo é tentar ter um bebê com origem em embriões selecionados em laboratório, para poder ser doador de medula óssea compatível com a irmã.
O jornal informou que a transferência de embriões já foi feita, mas ainda não se sabe se resultou em gravidez, de acordo com depoimento do médico Alberto de Barros. Seria o primeiro caso de um “bebê-medicamento” em Portugal, assim chamados por serem usados no tratamento dos irmãos doentes.
Segundo a matéria, chama-se “diagnóstico genético pré-implantação” a um processo em que embriões obtidos em laboratório, por fecundação in vitro, são avaliados geneticamente e em que, depois de um processo de escolha, os que são seleccionados são transferidos para o útero da mulher.
Em Portugal esta técnica é permitida apenas por razões médicas e em poucas situações. Uma delas é em caso de risco de transmissão de anomalias ou doenças genéticas graves — usa-se, por exemplo, no caso da paramiloidose (doença dos pezinhos) —, sendo transferidos apenas embriões não portadores de doença.
Contudo, a lei portuguesa que regula a procriação medicamente assistida (de 2006) abre a porta à possibilidade da concepção dos chamados “bebês-medicamento”, em casos excepcionais — “quando seja ponderosa a necessidade de obter grupo HLA [sigla em inglês de antigénios leucocitários humanos, que definem a compatibilidade dos transplantes] compatível para efeitos de tratamento de doença grave”, lê-se na legislação.