Amazônia é estrela de duas grandes exposições em Barcelona
“Amazônia”, de Sebastião Salgado, está à mostra no Museu Marítimo, enquanto “Amazônias, o futuro ancestral” pode ser vista no CCCB
A Amazônia é tema de exposições que estão movimentando dois grandes espaços em Barcelona. O Museu Marítimo exibe “Amazônia”, de Sebastião Salgado, fruto de uma viagem fotográfica e humana de sete anos que o levou a descobrir os recantos mais remotos da selva amazônica e dos seus habitantes. O Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona (CCCB) abriga “Amazônias, o futuro ancestral”, viagem sensorial pela imensidão dos rios e florestas, pelos sons, cheiros, cidades, rituais, pessoas e histórias de vida das comunidades locais.
A mostra de Salgado é composta por 200 fotografias em preto e branco, que captam a imensidão da paisagem, a força da natureza, o movimentos dos animais, o cotidiano de seus povos e retratos da gente que vive ali. Através das images é possível submergir na cultura local, descobrir fenômenos que só acontecem na floresta e admirar a vasta cultura local.
Com curadoria de Lélia Wanick Salgado, a exposição dá vida a um universo sensorial que vai além da fotografia. As imagens são mescladas com uma trilha sonora criada pelo compositor Jean-Michel Jarre, que combina música com sons naturais da selva, como o canto dos pássaros e o murmúrio dos rios. Esse diálogo entre imagem e som cria uma experiência imersiva que se conecta diretamente com a alma da Amazônia.
Na floresta amazônica, vivem mais de 300 mil indígenas, divididos em 169 etnias diferentes. O seu estilo de vida, baseado num profundo respeito pela natureza, ressoa fortemente em cada fotografia. É um convite à reflexão sobre a urgência de preservar a selva e o seu povo, essenciais para o equilíbrio do nosso planeta.
AS VÁRIAS AMAZÔNIAS – Em “Amazônias, o futuro ancestral” o visitante adentra nos diversos universos amazônicos através de objetos, fotos, pinturas, vídeos de perfomances, com depoimentos ou testemunhos. Ressalta não apenas uma cultura e um ecossistema valioso, mas também remete à reflexão sobre a sociedade e a fragilidade do meio ambiente e a necessidade urgente de recuperar formas de vida mais respeitosas.
Há espaços na mostra dedicados a denunciar exploração das terras, através do desmatamento para plantio ou criação de gado, bem como a ação criminosa de grilheiros que buscam metais preciosos ou de traficantes de drogas que levam a violência para as comunidades locais.
Além do mais, ressalta a grandiosidade da região que atravessa nove estados onde vivem mais de trinta milhões de pessoas, 60% em áreas urbanas. A região também é habitat nativo de cerca de quatrocentos povos indígenas que falam mais de trezentas línguas diferentes.
Com curadoria de Claudi Carreras, a exposição tem uma vasta lista de colaboradores, que pode ser acessada através da página do CCCB.
