Diante do “pesadelo” Le Pen na França, União Europeia torce por Macron
Até o próximo dia 7 de maio, quando se realizará o segundo turno das eleições presidenciais francesas, a União Europeia (UE) viverá dias de pura tensão. Bruxelas treme com a possibilidade de vitória da ultradireitista Marine Le Pen, o que representaria um verdadeiro “pesadelo” para o grupo de países. A candidata da Frente Nacional advoga celebrar um referendo sobre a permanência na zona do Euro, seguindo caminho semelhante ao Reino Unido, o que poderia significar a implosão da UE.
A esperança de frear a marcha protecionista iniciad com o Brexit está nas mãos do centrista Emmanuel Macron, candidato que conquistou mais votos e concorrerá con Le Pen no segundo turno. Integrante do recém-criado partido Em Marcha, Macron é um europeísta sem complexos.
Por isso, já recebeu apoio do ex-concorrente François Fillon, do atual presidente François Hollande, da chanceler alemã Angela Merkel e do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Este último deixou de lado ontem sua discrição habitual e telefonou a Macron para felicitar-lo e desejar-lhe sorte no próximo embate.
“Depois das eleições presidenciais austríacas, das legislativas holandesas e das regionais filandesas, está será a quarta eleução em que Europa freará ompopulismo”, garante fontes da comunidade europeia.
Os jornais europeus também se posicionaram a favor de Macron. O The Guardian considera que ele representa “a melhor esperança de um grande país, profundamente perturbado”, mas ressalva que “a ameaça da extrema-direita não está extinta”. O Financial Times vê já no segundo turno a “coroação” de Macron, mas prevê que o jovem centrista deverá ser forçado a “negociar duramente” para colocar o seu programa em marcha.
O Le Temps, utilizando o termo “nova fronteira” usado pelo antigo presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedy, espera a vitória de Emmanuel Macron: “Este jovem presidente com menos de 40 anos pode dar uma nova fronteira à França e melhorar o destino dos franceses”. Mas o jornal estima que “a Frente Nacional, são os descendentes da França colaboracionista e da Argélia francesa que se encontram às portas do poder”.
Macron ultrapassou Le Pen, com 23,24% dos votos contra 22,79%, quando se chegou a 80% da apuração dos votos da eleição que se realizou no domingo. Fillon ficou em terceiro lugar, com 19,72% dos sufrágios, seguido de Jean-Luc Mélenchon (esquerda), com 18,97% dos votos. De acordo com projeções, Macron tem chances de derrotar a candidata de extrema-direita com mais de 60% dos votos.