Modelo iraquiano assassinado por vestir roupa apertada e ter cabelos longos
Karar Nushi havia recebido ameaça de morte pela internet. Para amigos crime tem motivações homofóbicas
Vestir roupa apertada e ter os cabelos longos podem ter sido as motivações para o assassinato do modelo iraquiano Karar Nushi. O corpo jovem, que era estudante do Instituto de Belas Artes, foi encontrado numa rua central de Bagdá, com ferimentos de arma branca e sinais de tortura.
Segundo a imprensa local, amigos Nushi afirmaram através das redes sociais que se trata de um crime homofóbico. O modelo, que também trabalhava como ator, teria recebido ameaças de morte através da internet semanas antes simplesmente motivadas pela forma de vestir e pelo corte de cabelo.
Os amigos de Nushi também levantaram suspeita de que islamistas radicais estariam por trás do crime. “Ele foi assassinado pelo seu aspecto e pela sua amizade com atrizes”, dizia um dos comentários. De religião xiita, Nushi estava preparando-se para participar de um concurso de beleza masculino.
VIOLÊNCIA CONTRA HOMOSSEXUAIS – Ano passado, em Kirkuk, no norte do Iraque, membros do autoproclamado Estado Islâmico (EI) empurravam de cima de um edificio um homem a quem acusavam de ser homossexual e em 2015, Amir Ashour, o fundador do grupo de direitos LGBTQ IraQueer, foi obrigado a fugir para a Suécia depois de receber ameaças de morte.
Segundo o informe Homofobia de Estado, da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuales, Transexuais e Intersexuais (ILGA, na sigla em inglês), atualmente 72 países criminalizam os homossexuais.
O levantamento (leia matéria sobre o tema aqui) também mostra que oito estados castigam com a morte aqueles que se relacionam com pessoas do mesmo sexo. São eles Irã, Arábia Saudita, Iemen e Sudão, em todo território, além de Somália e Nigéria, em algumas províncias; e o EI nos territórios que controla no norte da Síria e noroeste do Iraque.