Parlamento dinamarquês aprova moção sobre direito dos catalães votarem sobre independência

Dinamarca Parlamento

O Parlamento da Dinamarca (Folketinget) decidiu por maioria adotar resolução sobre o direito de autodeterminação dos povos. A questão foi levantada numa referência direta à situação da Catalunha, onde há em curso um processo em prol da independência, que é rechaçado pelo governo espanhol. Houve 64 votos a favor e 41 abstenções, com seis dos oito partidos representados na casa se colocando a favor.

Esta é a primeira vez que um parlamento de um país europeu se posiciona sobre o processo soberanista catalão. O que é visto como um passo importante pelos independentistas, visto que pode abrir caminho para outros países do continente se pronunciarem sobre o assunto.

A resolução votada nesta terça-feira, 19 de maio, foi proposta pelo ministro de Assuntos Exteriores do governo da Dinamarca, Martin Lidegaard, na sessão plenária do último dia 12. E se deu em resposta à pergunta formulada pelo partido Enhedslisten (Aliança Vermelha e Verde):  “Como se posicionará o governo dinamarquês em respeito ao direito dos povos a livre determinação, em relação a ampla maioria do parlamento, da sociedade e do governo catalão que querem realizar um referendo sobre a independência?

A resolução reconhece a Catalunha e o governo de Madri como sujeitos políticos protagonistas e insta a um diálogo pacífico e democrático para resolver a questão. Reconhecendo que a Catalunha tem o direito de votar se quer se tornar independente da Espanha.

Para o secretário geral do Conselho de Diplomacia Pública da Catalunha, Albert Royo, “com tal posicionamento, Dinamarca reconhece Catalunha como um ator político do mesmo nível que o Estado espanhol e evidencia que a questão catalã interessa ao exterior”. Ele disse que ficou clara a preocupação dos dinamarqueses com a incapacidade do governo espanhol encontrar uma solução democrática para a petição.

Royo falou que desta forma a Dinamarca também cobra a União Europeia reconheça a realidade catalã, caso haja referendo e a maioria da população se coloque em favor da independência. “Também foi um chamado a Espanha para que honre seu prestígio internacional como estado democrático”, frisou..

“Eles não entendem como o Estado espanhol é tão míope, a partir de um ponto de vista estratégico, de trancar-se e não dar instrumentos legais a uma questão que requer uma resposta política”, completou.

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