Expectativa na Catalunha com detenção de Carles Puigdemont na Alemanha

Líder catalão foi retido pela polícia alemã quando cruzava fronteira com a Dinamarca em direção à Bélgica, onde está exilado, em cumprimento a ordem de detenção internacional reativada há dois dias pela justiça espanhola

Puigdemont, que está exilado na Bélgica desde outubro de 2017, tem circulado na europa denunciando repressão da Espanha contra os independentistas

O presidente cessado da Catalunha, Carles Puigdemont, foi detido pela polícia alemã na manhã deste domingo (25) quando cruzava a fronteira proveniente da Dinamarca. Os agentes atendem à ordem de detenção internacional expedida pelo juiz espanhol Pablo Llarena na última sexta-feira contra o líder catalão e ex-auxiliares que se encontram com ele no exílio na Bélgica.
Puigdemont voltava da Filândia, onde havia participado de vários compromisos públicos, na sequência de uma viagem que começou no início da semana passada na Suiça. Até então não havia ordem de prisão internacional contra o líder catalão, retirada de trâmite pela própria justiça da Espanha por receio de não encontrar respaldo no código penal belga pelos crimes de rebelião e sedição.
Segundo o advogado de Puigdemont, Jaume Alonso-Cuevillas, o trato da polícia alemã em relação ao seu cliente está ocorrendo de maneira correta. Ele está em uma delegacia na pequena cidade de Schuby à espera de sejam feitas as “comprovações oportunas” em relação à euroordem pendente e que foi ativado o procedimento para sua defesa.

Jaume Alonso-Cuevillas informou através de sua conta do Twitter que ainda não está claro se a polícia alemã tramitará a ordem de detenção o deixará Puigdemont seguir até a Bélgica para que seja tramitada ali. Também informou que conseguiu falar com ele por telefone, que lhe explicou estar recebendo bom tratamento por parte da polícia.
Segundo a agência de notícias EFE, os agentes polícia alemã pararam Puigdemont às 11:09 (6:09 no horário de Brasília), quando circulava pela rodovia A-7 em direção sul, justo depois de passar la frontera alemã desde a Dinamarca.
PRISÕES e REVOLTANa Catalunha, a notícia está gerando forte impacto porque os soberanistas ainda estão em choque com a prisão de mais cinco líderes independentistas, ocorrida na última sexta-feira. Com isso já são nove os presos políticos por conta do processo de sedição e rebelião aberto pelo Supremo Tribunal de Justiça da Espanha.
Entre os presos está o candidato à Presidência da Catalunha, Jordi Turull, ex-auxiliar de Puigdemont, e a ex-presidente do Parlamento, Carme Forcadell. Os encarceramentos causaram protestos em toda Catalunha e uma moção de repúdio por parte dos deputados catalães, em sessão realizada ontem (24). O presidente do Parlamento da Catalunha, Roger Torrent, disse na sesão, que a “democracia havia sido tombada e que era necessário uma ampla frente democrática em defesa dos direitos humanos”. Torrent, junto a vários otros líderes prometeu trabalhar até que todos voltem para casa.

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